Ao contrário do que aconteceu em 2010, que foi um dos melhores anos do século XXI, quer em qualidade, quer em número de espectadores, 2011 não foi igual, em termos de público. Segundo os dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), o número de espectadores nas salas nacionais diminuiu 6,7% entre janeiro e agosto, comparativamente a igual período do ano passado. Nestes oito meses foram ao cinema 10.624.130 espectadores, acumulando uma receita bruta de 54.708.345,4€. No mesmo período de 2010, foram ao cinema 11.392.029 espectadores e registou uma receita de 56.586.260,86€.
Em 2011 estrearam nos cinemas nacionais 20 longas-metragens e 2 curtas-metragens portuguesas. São números bastante desanimadores, visto que em 2010 estrearam 6 longas a mais e 4 curtas a mais. Logo os resultados de bilheteira não podem ser muito positivos. Segundo dados do ICA “Sangue do Meu Sangue”, de João Canijo, foi o filme português mais visto nas salas de cinema nacionais em 2011 com um total de 20.262 espectadores. Apesar de tudo, para o tipo de filme que é penso que foi um bom resultado de bilheteira. Conseguiu ter mais espectadores que “Mistérios de Lisboa” e “José e Pilar”, que ocuparam o top 5 de filmes mais vistos em 2010. Só por curiosidade, o filme mais visto em 2010, “A Bela e o Paparazzo”, de António-Pedro Vasconcelos, foi visto por 98.792 espectadores.
Na 2ª, 3ª e 4ª posições ficaram três documentários, “Complexo Universo Paralelo” de Mário Patrocínio; “A Cidade dos Mortos” de Sérgio Tréfaut; “48” de Susana Sousa Dias. Em quinto lugar ficou “O Estranho Caso de Angélica” de Manoel de Oliveira.
Filmes nacionais mais vistos de 2011 (dados até 25 de Dezembro de 2011):
- Sangue do Meu Sangue – João Canijo – 95.502,12€ – 20.262 espectadores
- Complexo Universo Paralelo – Mário Patrocínio – 85.063,14€ – 17.10 espectadores
- A Cidade dos Mortos – Sérgio Tréfaut – 32.610,71€ – 6.92 espectadores
- 48 – Susana Sousa Dias – 15.539,69€ – 3.25 espectadores
- O Estranho Caso de Angélica – Manoel de Oliveira – 11.677,4€ – 2.66 espectadores
- A Morte de Carlos Gardel – Solveig Nordlund – 11.563,13€ – 2.65 espectadores
- Budapeste – Walter Carvalho – 10.386,40€ – 2.29 espectadores
- Cisne – Teresa Villaverde – 9.822,50€ – 2.220 espectadores
- Com Que Voz – Nicholas Oulman – 10.243,4€ – 2.06 espectadores
- Viagem a Portugal – Sérgio Tréfaut – 8.892,40€ – 2.01 espectadores