O realizador iraniano Mani Haghighi foi impedido de embarcar no voo para o Reino Unido, onde iria estar presente no Festival de Cinema de Londres BFI. Para além disso, as autoridades iranianas confiscaram-lhe o passaporte sem adiantar qualquer explicação válida, segundo o próprio realizador, que fez questão de gravar um vídeo sobre o sucedido.
Mani Haghighi iria estar presente no Festival para apresentar o seu mais recente filme “Subtraction” no dia 15 de outubro, mas foi impedido de sair do país, naquilo que teoriza ser a retaliação pelas suas recentes críticas ao governo iraniano.
Filmmaker Mani Haghighi was due to join us at the BFI London Film Festival with his film Subtraction. Authorities in Iran confiscated his passport and he could not leave.#LFF supports Haghighi and all filmmakers in their freedom to present their films around the world. pic.twitter.com/vFhja8EnqS
— BFI (@BFI) October 14, 2022
Um porta voz do festival emitiu um comunicado no qual explica o ocorrido e manifestou o seu total apoio, em nome do festival, tanto a Haghighi , que regressou a sua casa em Teerão, bem como a todos os realizadores e à sua liberdade de fazer filmes e apresentá-los por todo o mundo.
“Subtraction” estreou em Toronto no mês passado, é produzido por independentes iranianos e é um drama sobre um casal que acredita ter conhecido os seus doppelgängers em Teerão.
A presença de Mani Haghighi está prevista ainda na Suíça, onde é suposto presidir ao júri da competição internacional no Festival Internacional de Cinema de Geneva, que decorre de 4 a 13 de novembro.
As autoridades iranianas têm levado a cabo uma intensa perseguição à comunidade cinematográfica do país, desde há vários meses. Os realizadores Mohammad Rosoulof e Mostafa Al-Ahmad foram presos em julho pelas suas posições publicadas nas redes sociais e, dias mas tarde, também Jafar Panahi foi preso depois de questionar sobre a situação dos seus pares.
Os protestos no Irão continuam, depois da morte da jovem curda de 22 anos Mahsa Amini. As autoridades iranianas têm promovido, na sequência do apoio de várias figuras públicas ao protesto, uma intensa perseguição, tendo detido a estrela do futebol Hossein Mahini e tentado deter a atriz Katayoon Riyahi, que se encontra em fuga depois de a polícia ter invadido a sua casa na sua ausência.