Ridley Scott arrepende-se de não ter adquirido os direitos das franquias ‘Alien’ e ‘Blade Runner’

O britânico expressou seu desagrado por a sua produtora, Scott Free, não ter buscado uma participação financeira nas franquias
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Ridley Scott no set de "Alien", em 1978. Reprodução: It Came From

Ao desenvolver “Alien – O 8.º Passageiro” em 1978, Ridley Scott não imaginava o sucesso que o aguardava com o lançamento em 1979, nem o legado que a obra deixaria para gerações futuras. Hoje, esse impacto é evidente, manifestando-se numa franquia que inclui livros, bandas desenhadas, jogos e brinquedos, além de três sequelas e duas prequelas.

Além disso, em 2002, o filme foi escolhido para preservação pelo National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, reconhecido como uma obra “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativa”.

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Em relação aos direitos autorais, dado que era apenas o seu segundo longa-metragem, era incerto que, ao ser contratado pela 20th Century Fox, Ridley Scott conseguisse garantir os direitos para futuras sequências. Contudo, ao retomar a franquia em 2012 com “Prometheus”, Scott expressou o desejo de que sua produtora, Scott Free, tivesse buscado uma participação financeira na série.

O facto foi abordado numa entrevista concedida a James Hibberd, do The Hollywood Reporter. Na ocasião, Scott afirmou: “Eu deveria tê-los trancado, como [Steven] Spielberg fez com “Jurassic Park” e tudo o que ele faz, e James Cameron fez com o que ele tem”.

Ele completou: “Eu ressuscitei uma franquia “Alien” morta com “Prometheus” e “Alien: Covenant”, e nós deveríamos ter reintegrado a propriedade nesse momento, mas não o fizemos, porque alguém foi descuidado”.

Blade Runner

De maneira semelhante, “Blade Runner” foi apenas seu terceiro filme e, apesar do êxito de “Alien”, ele também não conseguiu os direitos para nenhuma das sequências futuras dessa franquia. Em uma entrevista a Anthony Breznican, da Vanity Fair, Scott expressou seu ressentimento por não estar envolvido, seja criativa ou financeiramente, nas continuações de algumas de suas obras mais renomadas.

“Sou autor de duas franquias. A maioria dos realizadores em Hollywood — certamente, digamos, ao meu nível — não deixa essas coisas passar. Mas eu fiz ‘Alien’ como o meu segundo filme, por isso não tive muita escolha. E ‘Blade Runner’ foi o meu terceiro filme. Assim, não tive escolha porque tive parceiros muito difíceis”, declarou Scott.

Parceiros

Ao discutir seus parceiros com Breznican, Scott mencionou que, de maneira geral, a Fox sempre agiu corretamente com ele ao longo dos anos, e ele continua a apreciar o trabalho com eles. Embora a Scott Free Productions não tenha um contrato geral com nenhum estúdio, há várias décadas mantém um acordo de primeira vista com a Fox.

Referindo-se à Fox, ele destacou que realizou 13 filmes, o que poderá ser o maior número que qualquer realizador já fez para um estúdio. Scott comparou essa experiência a abrir um restaurante: “Quando eles pagam as suas despesas, é melhor você comer lá todas as noites. Eu janto à minha mesa todas as noites com a Fox. Acho que é por isso que tenho sido valioso para eles. Você ganha algumas, perde algumas, mas, no geral, eles foram recompensados pelo que eu faço”.

Uma nova oportunidade de lucrar

Embora não tenha obtido retorno financeiro pelos primeiros filmes, Scott parece ter encontrado a sua compensação. O britânico revelou a Hibberd que está a desenvolver um novo filme da franquia “Alien” para a Fox, impulsionado pelo sucesso de “Alien: Romulus”, de Fede Álvarez.

A expectativa é que consiga concluir a narrativa de David, que começou em “Prometheus” e se estendeu por “Alien: Covenant”.

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