Terminou no passado sábado, 30 de setembro, a 71.ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, que regressa todos os anos à cidade espanhola de San Sebastián. Um dos mais consagrados festivais na perspetiva global do cinema, premeia com a Concha de Ouro, o melhor filme em competição. Este ano, de particular interesse.
Foi a longa-metragem da realizadora espanhola, Jaione Camborda, que levou para casa a principal distinção da noite. “O Corno do Centeio” (“The Rye Horn”), com co-produção entre Portugal, Espanha e Bélgica, oferece-nos uma história que tem como cenário a região da Illa de Arousa no ano de 1971. Filmado entre a Galiza e o Norte de Portugal e produzido pelas produtoras: Miramemira, Bando à Parte e Bulletproof Cupid, o filme conta a história de Maria, “uma mulher que ganha a vida na apanha de marisco. Ela também é conhecida na ilha por ajudar outras mulheres no parto com dedicação e cuidado especial. Após um evento inesperado, ela é forçada a fugir e inicia uma jornada perigosa que a fará lutar por sua sobrevivência. Em busca de sua liberdade, Maria decide atravessar a fronteira por uma das rotas de contrabando entre a Galiza e Portugal.”
Para além desta longa-metragem, foi atribuído a Concha de Prata de melhor realizador, aos cineastas Tzu-Hui Peng e Ping-Wen Wang pelo filme, “A Journey in Spring” (Taiwan). O Prémio para melhor argumento foi para “Puan” (Argentina-Itália-Alemanha-França-Brasil), recebendo o prémio Concha de Prata, María Alché e Benjamín Naishtat.
Quanto à categoria referente à distinção especial dos júris, o galardão foi para a realizadora Isabella Eklöf, pelo filme “Kalak” (Dinamarca-Suécia-Noruega-Finlândia-Gronelândia-Países Baixos), que conquistou também o prémio de melhor cinematografia.
Relativamente às restantes categorias em competição na 71.ª edição de San Sebastián, a Concha de Prata de melhor performance divida em ex aequo pelos atores Marcelo Subiotto (“Puan”) e Tatsuya Fuji (“Great Absense”), enquanto que o prémio para melhor performance secundária foi para Hovik Keuchkerian (“Un amor”).
Foi assim que, pelo quarto ano consecutivo, o prémio mais importante em competição foi conquistado por uma realizadora, depois de “O Começo” (2020), de Dea Kulumbegashvili, “Cari Nou” (2021), de Alina Grigore, e “Los reyes del mundo” (2022), de Laura Mora Ortega.
A produção espanhola “El castillo”, de Martín Benchimol, foi o grande vencedor da secção Horziontes. Victor Erice, Hayao Miyazaki e Javier Bardem foram premiados com o prémio honorário Donostia, em homenagem às suas carreiras.