Depois de “O Terceiro Assassinato”/”Sandome no satsujin” (2017), o japonês Hirokazu Koreeda realizou “Shoplifters – Uma Família de Pequenos Ladrões”/”Manbiki kazoku” (2018), a partir de história e argumento seus, Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano.
O filme arranca como crónica do quotidiano de uma família que se dedica a pequenos roubos, desde a avó/Kirin Kiki até aos netos Aki Shibata/Mayu Matsuoka, Shota Shibata/Jyo Kairi e Yuri/Miyu Sasaki, o membro mais recente da família, para, depois de familiarizados com cada um, se introduzir a dúvida que uma notícia de televisão lançara sobre a origem desta última.
A partir daí as coisas começam a complicar-se, com a morte da avó, que deixa uma boa maquia, uma queda do filho Shota e a prisão de Osama Shibata/Lily Franky e Nobuyo Shibata/Sakura Andô.
Sem pretender fazer julgamentos sobre as personagens, o filme prende pela espontaneidade, pela simplicidade das personagens e pelo carácter óbvio da actividade a que elas se dedicam por razões elas também óbvias face às suas escassas posses.
A culminar o conjunto de pequenas peripécias, o final está bem visto e não surpreende a não ser pela separação entre pais e filhos; lamentável, mas inevitável, mesmo com a dor envolvida.
“Shoplifters – Uma Família de Pequenos Ladrões”, de Hirokazu Koreeda, é mais um bom filme que faz sentido na obra do cineasta de “Ninguém Sabe”/”Dare mo Shiranai” (2004), “Andando”/”Aruitemo Aruitemo” (2008), “O Meu Maior Desejo”/”Kiseki” (2011) e “Tal Pai, Tal Filho”/”Soshite Chichi Ni Naru” (2013), entre outros.
Um filme que nos seduz e prende pela sua proposta narrativa e pelas suas qualidades formais, com fotografia de Ryûto Kondô, música de Haruomi Hosono e montagem do próprio realizador.