A conceituada revista britânica “Sight & Sound” quis saber quais são os maiores documentários de todos os tempos, tendo chegado a uma lista de 50 filmes. Foram convidados cerca de 340 personalidades ligadas ao cinema, entre críticos, cineastas, programadores e especialistas para recolher as respostas. “O que é notável sobre a lista Top 5o Documentários é que ela se sente muito fresca. Um em cada cinco dos filmes escolhidos foram feitos desde o inicio milênio, e ter um filme mudo de 1929 no topo da lista é uma alegria absoluta”, escreveu o editor da revista Nick James, numa nota introdutória.
O filme mudo russo, “O Homem da Câmara de Filmar” (1929), de Dziga Vertov foi considerado o melhor documentário de todos os tempos, com 100 votos. Em segundo lugar surge o documentário de dez horas sobre os horrores do holocausto, “Shoah” de Claude Lanzmann, com 68 votos, e em terceiro lugar ficou, com 60 votos, “Sans Soleil” de Chris Marker, um misto entre ficção e documentário que regista imagens de várias partes do mundo. “Noite e Nevoeiro” de Alain Resnais, também um filme sobre o holocausto, encomendado em Maio de 1955 pela Comissão de História da Segunda Guerra Mundial, ocupa o quarto lugar e em quinto está “The Thin Blue Line” de Errol Morris, sobre um homem condenado à morte por um assassinato que não cometeu.
Nesta lista de 50 documentários destacam-se ainda filmes como “F de Falso” de Orson Welles, “Nanook, O Esquimó” de Robert Flaherty, “Grizzly Man” de Werner Herzog, “Histórias do Cinema” de Jean-Luc Godard, “Close-Up” de Abbas Kiarostami, “À propos de Nice” de Jean Vigo e “A Valsa com Bashir” de Ari Folman. Curioso que nenhum filme português consta nesta lista e o último filme, na posição 50, é “A saída dos operários da Fábrica Lumière” dos irmãos Lumiére, o primeiro filme da história do cinema.
Top 50 Melhores Documentários de sempre
1. O Homem da Câmara de Filmar (Man with a Movie Camera, 1929), de Dziga Vertov
2. Shoah (1985), de Claude Lanzmann
3. Sans Soleil (1982), de Chris Marker
4. Noite e Nevoeiro (Night and Fog, 1955), de Alan Resnais
5. The Thin Blue Line (1989), de Errol Morris
6. Crónica de um Verão (Chronique d’un été, 1961), de Jean Rouch & Edgar Morin
7. Nanook, O Esquimó (Nanook of the North, 1922), de Robert Flaherty
8. Os Respigadores e a Respigadora (Les glaneurs et la glaneuse, 2000), de Agnès Varda
9. Don’t Look Back (1967), de D.A. Pennebaker
10. Grey Gardens (1975), de Albert and David Maysles, Ellen Hovde and Muffie Meyer
11. Tristeza e Compaixão (Le chagrin et la pitié, 1969), de Marcel Ophüls
12. Grizzly Man (2005), de Werner Herzog
12. As Hurdes: Terra Sem Pão (Las Hurdes, 1933), de Luis Buñuel
12. Nostalgia for the Light (2010), de Patricio Guzmán
15. F de Falso (F for Fake, 1975), de Orson Welles
15. The Up Series (1964), de Paul Almond
17. Hoop Dreams (1994), de Steve James
17. West of the Tracks (2002), de Wang Bing
19. O Ato de Matar (The Act of Killing, 2012), de Joshua Oppenheimer, Christine Cynn
19. The Battle of Chile (1975-78), de Patricio Guzmán
19. A Casa é Negra (The House is Black, 1963), de Forugh Farrokhzad
19. Listen to Britain (1942), de Humphrey Jennings e Stewart McAllister
23. The Emperor’s Naked Army Marches On (1987), de Hara Kazuo
24. Harlan County U.S.A. (1976), de Barbara Kopple
24. Histórias do Cinema (Histoire(s) du Cinèma, 1998), de Jean-Luc Godard
24. Salesman (1968), de Albert Maysles, David Maysles e Charlotte Zwerin
27. Titicut Follies (1967), de Frederick Wiseman
28. Os Friedmans (Capturing the Friedmans, 2003), de Andrew Jarecki
28. Gimme Shelter (1970), de Albert Maysles, David Maysles e Charlotte Zwerin
30. Leviathan (2012), de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel
31. Lessons of Darkness (1992), de Werner Herzog
31. O Sonho da Luz, o Sol do Marmeleiro (El sol del membrillo, 1992), de Victor Erice
33. Night Mail (1936), de Harry Watt e Basil Wright
33. Primary (1960), de Robert Drew
35. Crumb (1994), de Terry Zwigoff
35. A Diary for Timothy (1946), de Humphrey Jennings
37. Close-Up (1989), de Abbas Kiarostami
37. The Fog of War (2003), de Errol Morris
37. Los Angeles Plays Itself (2003), de Thom Andersen
37. Homem no Arame (Man on Wire, 2007), de James Marsh
37. Moi, un noir (1959), de Jean Rouch
37. Portrait of Jason (1967), de Shirley Clarke
37. À Propos de Nice (1930), de Jean Vigo
37. Roger e Eu (Roger & Me, 1989), de Michael Moore
37. Le Sang des bêtes (1948), de Georges Franju
37. The War Game (1965), de Peter Watkins
47. Culloden (1964), de Peter Watkins
47. Diaries, Notes and Sketches: Walden (1969), de Jonas Mekas
47. D’Est (1993), de Chantal Akerman
47. Handsworth Songs (1986), de John Akomfrah
47. The Hour of the Furnaces (1968), de Octavio Getino e Fernando Solanas
47. Seasons (1975), de Artavazd Pelechian
47. O Triunfo da Vontade (Triumph of the Will, 1935), de Leni Riefenstahl
47. Valsa com Bashir (Waltz with Bashir, 2008), de Ari Folman
47. Welfare (1975), de Frederick Wiseman
47. A saída dos operários da Fábrica Lumière (La sortie des usines Lumière, 1895), de Louis Lumière e Auguste Lumière