O Festival Internacional de Cinema de Veneza vai homenagear o ator e realizador italiano Roberto Benigni com o Leão de Ouro de Carreira da 78.ª edição, que vai realizar-se entre 1 a 11 de setembro de 2021.
Um dos rostos mais popular do cinema italiano, vencedor do Óscar de Melhor Ator pelo seu desempenho em “A Vida é Bela” (1997), filme que Benigni escreveu e realizou e que venceu ainda o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Banda Sonora Original. O filme conquistou também o Grande Prémio do Júri no Festival de Cannes.
Roberto Benigni, ao aceitar, afirmou: “O meu coração está cheio de alegria e gratidão. É uma imensa honra receber um reconhecimento tão importante do meu trabalho no Festival Internacional de Cinema de Veneza.”
“Desde a sua estreia, marcada pela sua abordagem inovadora e irreverente das regras e tradições, Roberto Benigni destaca-se no panorama das artes cénicas italianas como uma figura de referência inigualável e sem precedentes. Fazendo malabarismos com as suas aparições em palcos teatrais, sets de filmagem e estúdios de televisão, cada vez com resultados surpreendentes, ele brilha em todos eles graças à sua exuberância e impetuosidade, o seu jeito generoso com o público e a alegria apaixonada que talvez seja o mais original marca registrada da sua obra (…) Poucos artistas igualaram a sua habilidade de combinar um timing cómico explosivo, que muitas vezes é acompanhado por uma sátira irreverente, com o seu admirável talento como ator – ao serviço de grandes realizadores como Federico Fellini, Matteo Garrone e Jim Jarmusch…”, disse Alberto Barbera, o diretor do Festival de Veneza.
Roberto Benigni iniciou a sua carreira no cinema em 1977, com “Berlinguer ti voglio bene” e em 1979 trabalhou com Costa-Gravas, em “A Luz da Paixão”, e no mesmo ano com Bernardo Bertolucci, em “La Luna”, e com Marco Ferreri, em “O Refúgio das Crianças”. Em França, ficou conhecido pela sua participação em “Astérix & Obélix Contra César” (1999), de Claude Zidi.
Estreou-se na realização em 1983, com “Tu mi turbi”, seguindo-se “O Pequeno Diabo” (1988), “Johnny Palito” (1991), “O Monstro” (1994), “A Vida é Bela” (1997), “Pinóquio” (2002) e “O Tigre e a Neve” (2005). Benigni foi sempre representou e escreveu nos seus próprios filmes.
Desde 1987, que trabalha com a sua esposa Nicoletta Braschi, protagonista feminina em todos os seus filmes e cofundadora, em 1991, da produtora Melampo Cinematografica.
Benigni fez também carreira no cinema norte-americano, trabalhando com realizadores como como Jim Jarmusch, em “Vencidos pela lei” (1986) e “Café e Cigarros” (2003), com Blake Edwards, em “O Filho da Pantera Cor-de-Rosa” (1993), e com Woody Allen, em “Para Roma com Amor” (2012).
Roberto Benigni esteve sete anos sem fazer cinema, desde “Para Roma com amor”, tendo-se dedicado nos últimos anos à adaptação teatral de “A divina comédia”, de Dante Alighieri. A sua mais recente aparição foi na versão live-action de “Pinóquio”, realizada por Matteo Garrone, em que Roberto Benigni interpretou o papel de Geppetto.