“Pássaro Azul” selecionado para competição do Festival de Cinema de Varsóvia

"Pássaro Azul", de Miguel Munhá "Pássaro Azul", de Miguel Munhá
© jangalstudios

 “Pássaro Azul”, docuficção de 29 minutos realizada por Miguel Munhá  foi selecionado para a competição oficial de curtas-metragens do Festival de Cinema de Varsóvia, onde fará a sua estreia mundial, a 16 de outubro de 2025.

O Warsaw Film Festival (WFF) é um dos 15 festivais internacionais reconhecidos pela Federação Internacional de Associações de Produtores Cinematográficos (FIAPF) ao lado de Cannes, Veneza, Berlim, San Sebastián ou Tóquio.

“Pássaro Azul” foi ainda selecionado para integrar uma lista seleta de produções para constar no catálogo deste ano do DOK Leipzig Market (um dos mercados internacionais de maior dimensão na área do documentário).

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Em Portugal, terá estreia nacional em novembro no âmbito da 7.ª edição Festival Entre Olhares e estará ainda presente no Festival Internacional de Curtas de Pequim, também em novembro.

“Pássaro Azul” é uma co-produção da Jângal Studios, de que Miguel é um dos sócios fundadores, e da DuplaCena, com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto do Cinema e Audiovisual Português (ICA).

O filme foi rodado na Ilha da Culatra, em Faro, e representa uma viagem às raízes do realizador. É simultaneamente uma carta aos seus antepassados, mas também um tentativa de compreender as suas próprias ansiedades. Numa tentativa de ultrapassar os bloqueios pessoais que o impediam de seguir em frente com o projeto, o realizador convidou o ator João Cachola para o interpretar e falar às pessoas sobre o seu avô.

O João tornou-se parte do processo de escrita do guião através de sessões virtuais, que muitas vezes se assemelhavam a terapia, partilhando medos, ansiedades, traumas e paixões. Esta dinâmica colaborativa foi moldando gradualmente o projeto.

Miguel Munhá mergulhou nas suas memórias, digitalizando fotografias antigas e cassetes miniDV de férias em família em Olhão e no Farol, festas de aniversário e até do alerta de tsunami do Algarve de 1999.

Miguel Munhá é licenciado em Arte e Multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Mestre em Realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) e em Direção de Fotografia pela ESCAC, Universidade de Barcelona. Realizou o vídeo-dança “Deixa-me ser” – com banda sonora de PAUS -exibido no Paris L’Été e premiado no Utah Dance Film Festival.

Co-realizou “Buôn” com Welket Bungué, exibido no CineBH, FUSO, Avanca e São Tomé Fest Film. Realizou o documentário longa-metragem “Nunca as minhas mãos ficam vazias”, estreado no IndieLisboa, exibido no Montpellier Danse e adquirido pela Tate Modern no contexto da exposição My Body, My Archive, de Faustin Linyekula.

A sua curta-metragem de ficção “Hei-de morrer onde nasci” foi premiada a nível nacional e exibida em festivais como South Texas International Film Festival, Hong Kong Arthouse Film Festival, Caminhos do Cinema Português e Leiria Film Fest.

A Jângal Studios é uma jovem produtora com experiência na produção e coprodução de projetos documentais e cinematográficos. Apesar de recente, a produtora já esteve envolvida na criação de co-produções internacionais, como a curta “Once Upon a Time in the Apocalypse”, de Tiago Pimentel (exibido no San Diego Comic-Con International Film Festival, Pasadena International Film Festival, C2E2 Film Festival de Chicago, MotelX, Fantasporto e FilmQuest).

A DuplaCena é uma produtora portuguesa dedicada ao cinema de autor e documental, com uma trajetória marcada por co-produções internacionais e presença em prestigiados festivais como a Berlinale, IDFA, Mar del Plata, DOKLeipzig, IndieLisboa e Doclisboa.

A produtora tem colaborado com realizadores como Rita Azevedo Gomes, com o filme “A Portuguesa” (selecionado para na Berlinale e Mar de Plata), José Nascimento, Inadelso Cossa, com “As Noites Ainda Cheiram a Pólvora” (exibido na Berlinale e IDFA), Christiane Jatahy, com “In the Comfort of Your Own Home”, e Cláudia Varejão, com “Tempus Fugit”, exibido no Temps d’Images Lisboa.

Para além da produção cinematográfica, a DuplaCena promove a cultura audiovisual em Portugal através da organização de festivais como o Temps d’Images Lisboa e o FUSO – Festival Internacional de Videoarte de Lisboa, reforçando o seu papel ativo na cena cinematográfica e na experimentação artística, apoiando projetos inovadores e autorais.