Da homenagem ao cineasta norte-americano William Friedkin, a “Fantasia Lusitana” de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, a excentricidade de Quentin Dupieux e a vários cine-concertos, a 9.ª edição do CLOSE-UP, o Observatório de Cinema da Casa das Artes de Famalicão, conta um programa com mais de 30 sessões de cinema, para “proporcionar o diálogo com o público através das sessões comentadas e do cruzamento de géneros artísticos, um traço fundamental da festa do cinema de Famalicão”.
De 12 a 19 de outubro, na Casa das Artes de Famalicão e no Teatro Narciso Ferreira, o programa arranca no sábado às 21h45 com o cine-concerto de Surma que musicará em estreia o clássico “Um Cão Andaluz” (1929), um filme de Luis Buñuel e co-escrito por Salvado Dalí. O programa conta com mais três cine-concertos: os clássicos “A Loja de Penhores” (1916) e “O Imigrante” (1917), ambos de Charlie Chaplin, musicados pela Orquestra da Costa Atlântica; o cine-concerto “Strata”, por Joana Gama e Luís Fernandes; e para fechar a mostra de cinema o concerto Glimmer, com a presença de Rui Horta e Micro Audio Waves.
A secção Histórias do Cinema presta homenagem ao realizador William Friedkin, e inclui a exibição de quatro filmes da década de 1970, incontornáveis da sua obra: “Os Incorruptíveis Contra a Droga” (1971), “O Comboio do Medo” (1977), “O Exorcista” (1973) e “A Caça” (1980).
“A secção Paisagens Temáticas dedica-se a explorar as Memórias de Futuro, as ideias de futuro presentes no cinema ao longo de várias gerações, através de percursos e narrativas singulares pontuados por personagens com um olhar para o futuro em vidas passadas, num diálogo com as imagens que se define como um eterno retorno.”, refere em comunicado a organização.
Serão exibidos “Saint Omer” de Alice Diop (comentado por Alda Rodrigues, tradutora, e Alexandre Andrade, escritor e professor universitário), o documentário “Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz (comentado por João Antunes, crítico e programador de cinema), “A Sala de Professores” de Ilker Çatak, “Futura, ou o que está por vir” de Alice Rohrwacher, Francesco Munzi e Pietro Marcello (comentado por Carlos Natálio, crítico e professor universitário), “Videodrome” de David Cronenberg, “Bom Dia” de Yasujirô Ozu e “Vidas Passadas” de Celine Song.
A 9.ª edição apresenta ainda um programa “desenhado a partir do filme ‘Onde Fica Esta Rua?’ assinado pela dupla João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata e a sua relação com ‘Os Verdes Anos’ (1963) de Paulo Rocha”
João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata partem assim do seu mais recente filme para “criaŕ um mapa de relações entre o seu trabalho e o movimento iniciado pelo cinema novo do cinema português, com o filme ‘Verdes Anos’ de Paulo Rocha no centro.” Para além da exibição destes mesmos dois filmes, a secção inclui também os filmes “Dina e Django” (1981) de Solveig Norlund e “As Ruínas no Interior” (1976) de José de Sá Caetano.
Há também Isto não é um filme?, a secção dedicada a apresentar obras que desafiam as margens do território do cinema, que este ano apresenta “Daaaaaali!” (2023) e “Yannick” (2023), as duas últimas longas metragens estreadas em Portugal do excêntrico realizador, argumentista, montador e diretor de fotografia, Quentin Dupieux.
No foyer da Casa das Artes de Famalicão, de 1 de outubro a 31 de dezembro, será possível visitar a exposição “Imagens da Nova Hollywood”, emparceria com o Museu de Cinema de Melgaço – Jean-Loup Passek.