2.ª Edição Revoluções Curtas: anunciadas as 20 curtas portuguesas em competição

Todos os vencedores do Revoluções Curtas terão ainda a oportunidade de fazer parte do programa da próxima edição do festival Atlàntida Mallorca Film Fest
"Tem Fé", de Leonor Patrocínio e Helen Esther Revoluções Curtas "Tem Fé", de Leonor Patrocínio e Helen Esther Revoluções Curtas
"Tem Fé", de Leonor Patrocínio e Helen Esther

O Revoluções Curtas, um festival online da Filmin está de volta para dar visibilidade às novas vozes do cinema português. O evento encorajou jovens a submeterem as suas curtas-metragens e as 20 curtas selecionadas vão agora a competição pelo Prémio do Júri e do Público. As curtas estarão disponíveis para visualização na plataforma, de 18 de setembro a 18 de outubro, e para votação para o prémio do público.

A Filmin acredita num cinema livre, longe do ruído em que se vive atualmente. E é deste sentimento que nasce o festival Revoluções Curtas, com o qual quer dar voz aos jovens cineastas que procuram um espaço de exibição dos seus filmes. A plataforma pensa no cinema como uma ferramenta de mudança social, e é por isso que encoraja os jovens talentos portugueses a expressarem-se através dos seus filmes. Porque o cinema é uma forma de revolução.

De mais de 70 submissões recebidas nesta segunda edição, são 20 as selecionadas para disputarem em competição o Prémio do Júri e o Prémio do Público. O Prémio do Júri, que será atribuído por um júri constituído pelo programador e coordenador de pós-produção António Simão, pela realizadora e artista multidisciplinar Inês Lima e pelo programador do Indielisboa Rui Mendes.

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O vencedor será contemplado com um prémio monetário no valor de 1000€ e o Prémio do Público, que premiará a curta-metragem com a melhor pontuação dos utilizadores da Filmin, no valor de 750€. Na segunda edição do Revoluções Curtas, a competição de curtas apresenta 20 propostas bastante diversificadas, tanto em tema como em estilo, entre documentário, experimental e ficção.

Regiões de Portugal ganham destaque em cinco filmes, com “Quando M’eu For Desta Terra”, de Francisco Moura Relvas e Rita Senra, baseado em factos reais, um olhar sobre abandono, património e resistência em Trás-os-Montes; “Não São Águas Passadas”, de Viviane Rodrigues, um filme que percorre Lisboa e Lagos, cidades centrais no tráfico negreiro transatlântico, é revelada a romantização de um dos piores episódios da história portuguesa, o colonialismo.

“Membrana”, de Irina Oliveira e José Azevedo que segue uma residência artística na região do Algarve; “Mercúrio”, de Bernardo Gramaxo sobre um rapaz-Deus que recolhe sonhos durante a noite na cidade de Lisboa e Alto da Eira de Tomás Guedes, onde encontros comunitários na Penha de França são estranhamente familiares para um aluno de cinema que se mudou recentemente para Lisboa.

Problemáticas e assuntos atuais com “Uma Mulher do Género”, de Raquel De Lima, o documentário que acompanha três mulheres rurais que desafiam papéis de género e revelam a beleza dos gestos quotidianos, e “Vegetalidade”, de Frederico C. Ferreira, um distopia poética sobre três sem abrigo rurais e o delicado equilíbrio entre Homem, Natureza e Criador.

Há ainda espaço para filmes de terror com “Canto”, de Guilherme Daniel, sobre um homem que mergulha na escuridão e encontra uma criatura monstruosa que lhe fala numa língua desconhecida, levando-o a uma obsessão inquietante; “O Procedimento”, de Chico Noras, onde numa sociedade onde o suicídio assistido é norma, Maria Eugénia, reformada, prepara-se para a própria morte, confrontando-se com questões existenciais e “Antena”, de Duarte Pedroso de Lima, sobre um investigador tenta desvendar um estranho fenómeno elétrico num prédio, descobrindo que a empatia pode ser a chave para enfrentar tempos incertos.

Destaque ainda para reflexões temporais e retratos intimistas com “A viragem do milénio”, de Alberto Seixas, retrato íntimo da infância rural em Portugal, em 1999, assombrada pelo medo do bug do ano 2000 e do fim do mundo; “Retratos da ajuda”, de Rita Costa e André Vieira, uma ode à vida comum e às emoções humanas, onde solidão, esperança, tristeza e amor se encontram e “Francisco Perdido”, de  Frederico Mesquita – Em 2004, Francisco, de 12 anos, vive uma aventura transformadora com o amigo Tiago, num verão marcado por paixões, amizade e futebol.

A memória coletiva e individual como mote com “Nuno”, de Nuno Taborda, uma homenagem ao tio que o realizador nunca conheceu, explorando a ligação familiar, memórias e os impactos da toxicodependência; “Caio”, de Vasco Nico G. sobre o luto da morte da mãe, entre memórias, desejos reprimidos e experiências em busca de apaziguamento e Foi com o Mar, de Matilde César sobre memórias familiares de derrocadas, misturando recordações, perdas e o passar do tempo.

Filmes dedicados a fés variadas como “Ao Deus-Dará”, de Carolina Rebelo sobre uma personagem que parte acidentalmente a imagem da Nossa Senhora e esconde os cacos, juntando-se depois à busca coletiva pela estátua desaparecida, e “Tem Fé”, de Leonor Patrocínio e Helen Esther, uma celebração visual e sonora da energia feminina, resiliência e ancestralidade, tecida por música e movimento.

Destaque ainda para “A Mestra”, de Silvana Torricella, documentário sobre uma jovem professora que durante a Guerra Civil Espanhola, encontra refúgio em Castro Laboreiro, revelando fronteiras geográficas, emocionais e culturais; e “Conseguimos Fazer um Filme”, de Tota Alves, que conta a história de Maria Inês que vive o primeiro amor durante as férias de verão, entre passeios com amigas e a rodagem de um filme.

Todos os vencedores terão ainda a oportunidade de fazer parte do programa da próxima edição do festival Atlàntida Mallorca Film Fest, festival híbrido de cinema que se realiza em Maiorca, em Espanha.

Nesta edição o festival tem ainda a parceria da empresa americana The DCP Works que ficará a cargo das cópias dos filmes vencedores e da menções honrosas para os festivais.