Três actrizes, três quartos de criança, 10 dias e 2.458 predadores sexuais. Uma experiência que lança uma luz sobre a questão da exploração online de crianças e que agora chega aos cinemas portugueses.
No outono de 2017, a operadora de telecomunicações O2 pediu ao realizador Vít Klusák que criasse um vídeo que se tornasse viral, com o propósito de chamar a atenção para a escalada no número de crianças vítimas de abuso sexual online na República Checa. Klusák e a colega Barbora Chalupová dirigiram um casting onde procuravam atrizes maiores de idade, mas cuja aparência as fizesse passar por meninas de 12 ou 13 anos. Porém, quando lhes perguntaram se não julgariam o trabalho demasiado perturbador, veio o choque: a maioria das actrizes tinha vivido na pele aquilo que se preparava para encenar. A experiência – que podia ter acontecido em qualquer país, incluindo Portugal, porque a terrível verdade que revela seria igual – chega aos cinemas a 28 de outubro e promete não deixar ninguém indiferente.
Aceite o desafio, Klusák e Chalupová criaram o falso perfil de “Týnka”, uma rapariga de 12 anos, para ver o que acontecia. Em menos de 5 horas, 83 homens, entre os 23 e os 63 anos, estabeleceram contacto com esse perfil, sendo que uma esmagadora maioria lhe solicitou masturbação mútua através do chat de vídeo. Muitos enviaram fotografias dos seus pénis erectos sem qualquer pré-aviso, enquanto outros enviaram links para diferentes tipos de pornografia, incluindo com animais. Nessa mesma tarde, quatro homens satisfizeram-se em frente à webcam sem que “Týnka” tivesse alguma vez aparecido “ao vivo”. Ao fim de poucos dias, os realizadores concluíram que o fenómeno tinha todos os ingredientes para ser tornar um documentário de longa-metragem e não apenas para um pequeno vídeo viral. E chegou a hora de o mostrar ao público.
“À Solta na Internet” chega às salas a 28 de outubro.
Assista ao trailer.
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