A Galeria Solar, em Vila do Conde, vai receber o segundo e novo episódio da série de poemas cinematográficos que a artista e cineasta Ana Vaz tem vindo a desenvolver, nas palavras da artista, “uma etnografia sci-fi de diferentes capitais europeias enquanto eixos do pensamento colonial”. “As cidades são vistas como alucinações, revelando aquilo que parece ausente e que contamina o que vemos: seu passado colonial e seus futuros desastres. Passado e futuro, histórias e presságios entrelaçam-se sob o olhar prismático de autores como Isabel Carvalho, Maïa Tellit Hawad e Olivier Marboeuf”.
“A filmografia da artista e cineasta Ana Vaz ativa e questiona o cinema enquanto arte do (in)visível e instrumento capaz de transformar a percepção do humano, expandindo as suas conexões e devires com outras formas de vida. Os seus filmes-poemas são marcados por um constante desafio experimental sobre as formas poéticas do cinema contemporâneo, ressaltando as profundas contradições do nosso tempo e questionando, sobretudo, as práticas destruidoras da modernidade colonial”, informa o Festival Curtas Vila do Conde.
A exposição “O que aconteceu ainda está porvir” inaugura a 19 de setembro e pode ser vista entre 21 de setembro e 19 de novembro na Solar – Galeria de Arte Cinemática (Vila do Conde). A Galeria Solar, em parceira com o Batalha Centro de Cinema, apresenta este novo capítulo dedicado à cidade do Porto, que será exibido de forma articulada em ambos os espaços, por meio de instalações de imagem em movimento, trabalho expandido de som e documentos de investigação, que fragmentam esta nova peça cinematográfica no plano expositivo. A exposição estará patente no Batalha de 19 de setembro até 17 de novembro.
Ana Vaz marcou presença no Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema com os filmes “Entre Temps” (2013) e “Há Terra!” (2016), na Competição Experimental do Curtas. “Estes pontos de contacto prepararam terreno para um novo e amplo projecto, cuja peça central é a sua exposição original O que aconteceu ainda está porvir.”
Paralelamente, em parceria com o Circular Festival de Artes Performativas, o projecto expande-se até ao Teatro Municipal de Vila do Conde, onde tomará lugar não só um momento de leitura performativa conduzido pela artista – ou, mais precisamente, pela sua voz – como também a exibição de quatro filmes seus: “Occidente”, “Há Terra!”, “Apiyemiyeki?” e “A Idade da Pedra”. Já nas salas do Cinema Batalha, poder-se-á assistir à curta-metragem “Meteoro”, seguida de uma conversa que promete convocar alguns dos discursos sobre os quais esta série cinematográfica foi construída.