Martin Scorsese, um dos maiores nomes do cinema contemporâneo, assinou um acordo com a Apple, que permitirá à empresa descobrir em primeira mão os seus novos projetos para cinema e televisão, com a capacidade de os aceitar antes de chegarem aos olhos de outras. A informação é avançada pelo site Deadline.
Numa relação que se vai estender para além do filme “Killers of the Flower Moon”, o icónico cineasta assinou com o serviço de streaming um contrato de vários anos, através da sua produtora, a Sikelia Productions.
O acordo entre as partes vem após o cineasta passar dificuldades para obter financiamento para a sua próxima longa-metragem, “Killers of the Flower Moon”. Scorsese tinha inicialmente um acordo com a Paramount para a distribuição das suas obras nos cinemas, mas, depois de o sucesso de “O Irlandês” nos serviços de streaming, este passou a procurar opções nesse novo ramo de distribuição. A Apple adquiriu o projeto através da sua plataforma AppleTV+, e englobou a Sikelia Productions no negócio. Nos cinemas, a Paramount ainda segue como distribuidora.
Além dos filmes de Scorsese, a Apple TV+ também adicionará ao seu catálogo produções de acordos feitos com Leonardo DiCaprio e a produtora Jennifer Dadisson, da Appian Way, para o desenvolvimento de documentários e séries televisivas; Idris Elba e a sua produtora Green Door Pictures; Scott’s Free Productions de Ridley Scott; a secção de documentários da A24 e da Imagine, de Ron Howard e Brian Grazer.
Portanto, o primeiro fruto desta união já tem nome: “Killers of the Flower Moon”. A longa-metragem policial estrelada por Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, foi adquirido pela empresa fundada por Steve Jobs em maio, por 180 milhões de dólares americanos, após os estúdios Paramount desistirem do projeto.
“Killers of the Flower Moon” é baseado no livro homónimo de David Grann, que conta a história real do terrível assassinato dos índios da tribo Osage em Oklahoma, nos anos 1920, por habitarem uma terra rica em petróleo. O caso foi mal conduzido por um uma FBI recentemente criada, liderada por um jovem J. Edgar Hoover, e é descrito como uma das mais arrepiantes conspirações da história dos E.U.A.
Eric Roth (“O Curioso Caso de Benjamin Button”) é o responsável pelo argumento. O filme também conta com produção da Imperative Entertainment, de Dan Friedkin e Bradley Thomas, os responsáveis pela compra dos direitos do livro, e que trouxeram o projeto à atenção de Scorsese.
O circuito de streaming da Apple TV+ ainda é algo tímido: apostou inicialmente em séries de televisão e documentários. No entanto, com “The Morning Show”, produção protagonizada por Jennifer Aniston, e outros títulos, o serviço conquistou 18 indicações aos Emmys de 2020, no seu ano de estreia.
A plataforma segue confiante para entrar no mercado das longa-metragens, graças a parcerias milionárias e com o apoio de nomes como Sofia Coppola (com “On the Rocks”, estrelado por Bill Murray), Will Ferrell, Ryan Reynolds, Will Smith, Julianne Moore, entre outros. Espera-se que a empresa consiga concorrer com a Netflix e a Amazon, que já conquistaram o seu lugar na indústria.
“O Irlandês” é o mais recente filme de Martin Scorsese e está disponível exclusivamente na Netflix, que assegurou os direitos para a sua distribuição.
“Killers of the Flower Moon” tem previsão de estreia para 2021, mas devido a outros projetos de DiCaprio e da Apple, a longa-metragem poderá ser adiada para 2022.