Morreu a atriz grega Irene Papas

Irene Papas Irene Papas

Irene Papas morreu esta quarta-feira aos 96 anos de idade. A actriz grega tornou-se mundialmente famosa pelos seus papéis em “Zorba, O Grego” e “Os Canhões de Navarone”.

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“Zorba, o grego”

Papas era também conhecida pelo seu trabalho no teatro, particularmente pela participação em tragédias gregas antigas, tanto pelo seu pendor para papéis mais dramáticos como também pela sua figura intimidante.

A actriz nasceu Eirini Lelekou em 1926 numa aldeia perto de Corinto, mas cresceu em Atenas. Na adolescência, já havia começado a estudar teatro e, numa carreira que perdurou ao longo de 50 anos, Papas fez mais de 70 filmes, tanto no seu grego nativo como internacionalmente.

Em 1954, chamou a atenção do realizador greco-americano Elia Kazan e em 1955 a MGM ofereceu-lhe um contrato  que resultaria no western de 1956 chamado “Honra a Um Homem Mau”, com James Cagney.

Em 1961, apareceria no filme sobre a Segunda Guerra Mundial, “Os Canhões de Navarone”, que foi parcialmente filmado na ilha grega de Rodes, a par de Gregory Peck e Anthony Quinn. Seria em 1964, contudo, com “Zorba, o Grego” que atingiria notoriedade internacional.

À semelhança de muitos intelectuais e artistas gregos, Irene Papas fugiu da Grécia durante a ditadura militar de direita, entre 1967 e 1974, tendo vivido no exílio na Itália e nos Estados Unidos, em Nova Iorque.

Nos anos 70 e 80, participou em várias produções de peças clássicas em nova Iorque, bem como numa peça da Broadway, de vida curta, que recriou livremente a história de Fedra, mas nos anos 40 e 50 foi na Grécia que construiu a sua carreira.

A par da sua carreira de actriz, foi também cantora, tendo colaborado com Mikis Theodorakis e Vangelis, nomeadamente na banda de rock progressivo deste último, Aphrodite’s Child.

Irene Papas e Manoel de Oliveira
Irene Papas e Manoel de Oliveira

No catálogo dos seus últimos filmes, encontram-se “O Capitão Corelli” (2001), de John Madden, com Nicolas Cage e Penelope Cruz, e “Um Filme Falado” (2003), de Manoel de Oliveira, contracenando com Catherine Deneuve e John Malkovich.

Em 2018, um comunicado anunciava que a actriz sofria de Alzheimer há cinco anos, e embora a causa da morte não seja conhecida, o seu estado de saúde encontrava-se fragilizado desde então.

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