Shelley Duvall, a estrela de “Shining”, está de regresso ao grande ecrã com o seu primeiro projeto após um hiato de vinte anos.
O regresso está marcado com “The Forest Hills”, um título de terror independente realizado Scott Goldberg, que também assina o argumento. O filme já se encontra atualmente em filmagens.
No seu elenco, “The Forest Hills” conta ainda com Edward Furlong, Chiko Mendez e Dee Wallace e conta a história de um homem perturbado que é atormentado por visões terríficas, depois de um traumatismo sofrido enquanto acampava nas montanhas Catskill.
Shelley Duvall vai interpretar o papel de mãe do homem mentalmente e emocionalmente perturbado Rico (Chiko Mendez), que funciona como a sua voz interior.
A produção está a cargo de Scott Hansen, a par de Dreznick Goldberg Productions e Digital Thunderdome Studios, com o próprio Scott Goldberg como co-produtor.
Shelley Duvall é uma atriz, escritora e produtora conhecida pelas suas colaborações com Robert Altman, Woody Allen, Stanley Kubrick, Terry Gilliam ou Steven Soderbergh.
É sobretudo conhecida pelo seu icónico papel como Wendy Torrance em “Shining”, de Stanley Kubrick, mas participou em dezenas de outros clássicos, como “Brewster McCloud”, “Todos Somos Ladrões”, “Annie Hall”, “Popeye”, “Roxanne” ou “Retrato de Uma Senhora”.
Duvall vendeu o prémio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, em 1977, por “Três Mulheres”, de Robert Altman, com Sissy Spacek e Janice Rule, que lhe valeria ainda o prémio da Associação de Críticos de Los Angeles nesse mesmo ano.
Foi ainda nomeada para os Emmy várias vezes pelo seu trabalho em série voltadas para o público infantil, tendo ganho um Peabody pelo seu trabalho em “Vamos ao Teatro” (“Faerie Tale Theatre“, no original), onde Duvall era a anfitrião do programa.
Em 2002, a atriz apareceu pela última vez no cinema, ao lado de Shirley Jones, Cloris Leachman e Louise Fletcher em “Manna from Heaven”, altura em que anunciou que iria retirar-se da carreira.
A atriz surgiria, em 2016, numa entrevista ao conhecido Dr. Phil, referindo que se encontrava doente e com necessidade de ajuda devido aos seus problemas de saúde mental, com os quais se debateu durante grande parte da sua vida.
A entrevista gerou polémica e juntou em torno da atriz um grande número de figuras públicas, incluindo a filha de Kubrick, Vivian, que criticaram a entrevista como sendo exploradora da figura de Shelley, numa altura da sua vida especialmente frágil.
Relembre-se que o relacionamento da atriz com Stanley Kubrick ficou manchado pela atitude do realizador tanto para com Shelley Duvall como para com Jack Nicholson, mas a atriz continuaria a mencionar sempre o modo como a intensidade do realizador lhe deixaria marcas na sua vida pessoal.
Ao mesmo tempo, Duvall foi recorrentemente relegada para segundo plano e até mesmo injustamente desconsiderada ao longo da sua carreira, tendo sido inclusive nomeada para os Razzies de 1980 na categoria de Pior Atriz.
Os fundadores dos prémios, John J.B. Wilson e Maureen Murphy, retratar-se-iam da nomeação mais de 40 anos depois, admitindo que deveriam ter tido em conta o modo como o realizador levou a atriz aos limites durante os seis meses de filmagens de “Shining”.