Teatro Tivoli BBVA é Tesouro da Cultura Cinematográfica Europeia

Teatro Tivoli BBVA Teatro Tivoli BBVA

O Teatro Tivoli BBVA é, desde ontem, 6 de outubro, o primeiro equipamento cultural em Portugal a ser distinguido pela Academia Europeia de Cinema como Tesouro da Cultura Cinematográfica Europeia. A cerimónia comemorativa decorreu durante a tarde de ontem, em Lisboa.

Esta distinção, anunciada em abril, resulta de uma recomendação da Academia Portuguesa de Cinema à Academia Europeia de Cinema, que reforça o valor histórico, arquitetónico e simbólico deste espaço na preservação da memória coletiva e da diversidade cultural do continente europeu.

Desde 2015, a pela Academia Europeia de Cinema reconhece locais de valor histórico e simbólico para o cinema europeu, promovendo a sua preservação. Em 2025, o Teatro Tivoli BBVA integra esta prestigiada lista, ao lado da Fonte de Trevi e da Roda Gigante de Viena. Em Portugal, esta é a segunda distinção, depois da Ribeira do Porto, em 2022.

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Este reconhecimento como Tesouro da Cultura Cinematográfica Europeia, ultrapassa em muito as paredes que sustentam o Tivoli. Ele sublinha a sua importância como espaço de memória, de encontro e de partilha cultural. Durante um século, este cinema foi palco de estreias, de aplausos e de emoções, que uniram públicos e artistas, inscrevendo-se de forma indelével na história cultural de Lisboa, de Portugal e da Europa, destaca Paulo Trancoso, Presidente da Academia Portuguesa de Cinema.

Ao longo de cem anos de existência, o Teatro Tivoli afirmou-se como um marco da cultura nacional, e esta distinção constitui um reconhecimento de grande nobreza. Esta ligação profunda ao cinema permanecerá sempre gravada neste edifício — na sua estrutura, nos seus recantos, na sua alma – e, dia após dia, continuará a escrever-se aqui um repertório de obras artísticas, encontros e memórias, fazendo do Teatro Tivoli BBVA uma casa para todos os que se deixam tocar por ele, acrescenta Ana Carvalho, Diretora do Teatro Tivoli BBVA.

Inaugurado a 30 de novembro de 1924, o Cine-Teatro Tivoli foi projetado pelo arquiteto Raúl Lino e encomendado por Frederico Lima Mayer, com o objetivo de dotar Lisboa de uma sala de cinema moderna e sofisticada à altura das grandes capitais europeias.

Na inauguração foi exibido o filme mudo “Violetas Imperiais”, de Henry Roussel e com Raquel Meller, acompanhado por um sexteto sob regência do violinista Nicolino Milano. Desde então esta sala tornou-se num marco incontornável da vida cultural da cidade, acolhendo não apenas estreias cinematográficas icónicas, como “Doutor Jivago” ou “Música no Coração”, mas também uma programação diversa que inclui teatro, concertos e espetáculos de dança, por onde passaram nomes de referência.

O Teatro Tivoli BBVA foi adquirido pela UAU Produtora no final de 2011. Deste então a produtora tem investido na recuperação do Teatro, preservando o legado arquitetónico, e dotado a sala de novas tecnologias e apresentado uma programação cultural constante e diversa. Em 2015 o Teatro Tivoli BBVA foi classificado como Monumento de Interesse Público.

Em 2024 o Teatro Tivoli BBVA assinalou o centenário da sala, através de uma programação comemorativa que teve início em 2023 e que termina a 30 de novembro de 2025. No âmbito desta comemoração, que juntou mais 400.000 espetadores, o Teatro apresentou mais de 100 produções nacionais e internacionais, com sessões da música à dança, do teatro ao cinema e da magia às conferências.