No âmbito do programa de digitalização do cinema português, o filme “Três Irmãos”, é reposto nas salas em Portugal a 9 de Outubro, celebrando um filme que esteve em competição da selecção oficial do Festival de Veneza, e que valeu a Maria de Medeiros o prémio de melhor actriz.
Antecipando a estreia do filme “Justa“, novo filme de Teresa Villaverde (com estreia mundial a 5 de Outubro, no Festival do Rio e estreia nacional prevista para 4 de Dezembro), após um excelente restauro feito pela Cinemateca Portuguesa, no âmbito do programa de digitalização do cinema português, o filme “Três Irmãos” (1994, segunda longa-metragem de Teresa Villaverde), volta às salas de cinema em Portugal a 9 de Outubro.
Lisboa nos anos noventa. Três irmãos, dois rapazes e uma rapariga, Maria. Maria é o centro da história de “Três Irmãos”. Tem vinte anos, mas não consegue comportar-se como a maioria das pessoas da sua idade. Quase nunca diz o que pensa, nem pede o que quer. Quase nunca diz a verdade embora nunca minta. Mata e não diz que matou. Sofre e não diz que sofreu. Não quer estar sozinha, mas não pede companhia. Ama, mas não sabe quem ama. Nasceu em Lisboa e nunca foi nem irá a outra cidade.
Maria quer estar sempre com os seus irmãos, mas não pode, porque o mundo não foi organizado assim. Maria quer aguentar tudo sozinha. Quer ser forte, tomar conta de todos. Guardar todos os segredos, os seus e os dos outros. Não é capaz, a dor é muito grande e ela não aguenta. Tem a polícia atrás dela, deixou de ter emprego. Tem que tomar conta do pai, alguém morreu e ela guardou segredo e tratou de tudo sozinha. No fim Maria toma uma decisão. É uma decisão brutal e definitiva. Não é alegre esta história, mas às vezes a vida também é assim.
Realizadora, argumentista e produtora, Teresa Villaverde é um dos nomes mais importantes da geração de realizadores portugueses surgidos na década de 90. Nascida em Lisboa, em 1966, trabalhou com João César Monteiro, José Álvaro Morais e João Canijo, antes de se estrear como realizadora nos anos 1990. Da mesma geração de realizadores como Pedro Costa e João Pedro Rodrigues, fez filmes como “Três irmãos” (1994), “Os mutantes” (1998) e “Transe” (2006).
Iniciou a sua carreira como atriz, coautora e diretora de projetos teatrais na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Contracenou no filme “À Flor do Mar” (1986), de João César Monteiro. Posteriormente tornou-se assistente de Paulo Rocha e trabalhou com João Canijo e José Álvaro Morais nos seus guiões.