O Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva anunciou no passado dia 29 de abril, a propósito da apresentação dos novos recursos do Plano Nacional de Cinema (PNC), que todo o cinema português será digitalizado e todas as salas de cinema do País receberão máquinas digitais de projeção, através das verbas inscritas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Nessa sessão, realizada na Cinemateca, em Lisboa, em que o Secretário de Estado apresentou os novos recursos que o PNC vai passar a ter, acrescentou que o objetivo é “ter todo o cinema disponível em todos os sítios, em todas as salas de todo o País”.
“O PNC passa a ter uma programação de filmes cuidada e abrangente que chega mais facilmente a cada vez mais escolas e alunos em todo o país e fora dele. Esta programação integra filmes portugueses e estrangeiros, de diferentes épocas da história do cinema, e dos mais diversos géneros cinematográficos, de Lisboa, ‘Crónica Anedótica’ (Leitão de Barros, 1930) a ‘A Toca do Lobo’ (Catarina Mourão, 2015), de ‘Adeus, Lenine’ (Wolfgang Becker, 2003) a ‘História Trágica com Final Feliz’ (Regina Pessoa, 2005).”
O Plano de Recuperação e Resiliência destina 243 milhões de euros ao setor da Cultura, sendo 150 milhões de euros para a requalificação do património e 93 milhões para redes culturais e transição digital.
Este Plano prevê a “modernização da infraestrutura tecnológica da rede de equipamentos culturais” como teatros, cineteatros, cinemateca, museus, centros de arte, bibliotecas, Torre do Tombo, Biblioteca Nacional, laboratórios de conservação e restauro, Arquivo Nacional da Imagem em Movimento e a instalação do Arquivo Nacional do Som.
Nuno Artur Silva disse que a digitalização “vai dar uma capacitação à exibição de cinema absolutamente extraordinária” e abrangendo igualmente todo o território. “Onde houver salas haverá equipamento digital e haverá possibilidade de ver património da Cinemateca”.
A preservação, restauro, digitalização e divulgação do património fílmico português são quatro das missões da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, em particular através do Arquivo Nacional da Imagem em Movimento e do laboratório de restauro fílmico, único na Península Ibérica.
A modernização das salas de espetáculos, referida pelo Secretário de Estado, será articulada também com a Rede de Teatros e Cineteatros, criada em 2019 e que está em processo de concretização.
No Conselho de Ministros dedicado à Cultura, no dia 22 de abril, foi aprovado o decreto-lei que cria e regula o apoio à programação dos teatros e cineteatros que integram a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.
O Plano Nacional de Cinema tem sido “fundamentalmente um angariador de públicos e um agente construtor de sentido crítico e de sentido estético das crianças e jovens que nele participam”. A lista de filmes do PNC 2021 integra uma coleção de filmes portugueses e internacionais e/ou coproduzidos por Portugal e/ou em Língua portuguesa, e constitui-se como um recurso que é disponibilizado a todas as escolas inscritas no PNC.
“É preciso revalorizar as imagens artísticas e o cinema enquanto forma de arte. É particularmente importante o simbolismo da nossa presença nesta sala, numa altura em que as salas de cinema ensaiam o regresso a uma normalidade possível (…) No ano letivo de 2019-2020, por exemplo, foram programadas mais de 90 destas sessões e queremos que nos próximos anos estas cresçam em número e aconteçam em cada vez mais pontos do país. É fundamental que mais crianças e jovens possam desenvolver o gosto por ver cinema em sala, em conjunto, discutindo-o e utilizando-o como mote para oportunidade de conversa e sociabilização.”, referiu o Secretário de Estado.