“A Mulher que Morreu de Pé”, realizado por Rosa Coutinho Cabral, chega às salas de cinema portuguesas a 11 de setembro. Mais do que um documentário, trata-se de um ensaio poético e ficcionado que reúne atores, amigos e testemunhos para revisitar a vida e a obra da escritora Natália Correia (1923-1993) — uma figura maior da liberdade de pensamento e de criação em Portugal, antes e depois do 25 de Abril.
Com a participação de Lídia Franco, Soraia Chaves, Joana Seixas, João Cabral e muitos outros, o filme convida a uma viagem pelas múltiplas dimensões de Natália Correia — poeta, cronista, dramaturga, editora, feminista, política e eterna provocadora — a partir do vasto arquivo que deixou e dos lugares onde a sua ausência continua a ressoar.
Sob o olhar de Rosa Coutinho Cabral, o filme não procura apenas reconstruir memórias, mas reencontrar uma mulher guiada pela liberdade, enraizada na sua açorianidade e fiel a uma visão radical da poesia como ato político.
“Intensificando relações semânticas entre planos da peça, do filme e os materiais do grande arquivo Natália Correia: fotografias, imprensa, crónicas, teatro, obra ensaística e poética… O que me interessou foi suspender o intervalo entre imagens-retratos, sons-retratos, poemas-retratos e decantar uma persona dramatis que a morte não derruba: fica para sempre entre nós.”, afirma a realizadora.
“A Mulher que Morreu de Pé” teve estreia na última edição do Olhares do Mediterrâneo e desde então tem sido exibido em vários festivais como o Porto Femme 2025, onde venceu o prémio de Melhor Documentário da Competição Nacional.

