José Álvaro Morais é um nome fundamental na história do cinema português, e quem o conhece sabe o impacto que ele teve na nossa sétima arte. Em 1987, o realizador foi o primeiro português a ganhar o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno com a sua estreia, “O Bobo” — um filme que se tornou uma referência e uma das grandes influências para o cinema contemporâneo em Portugal. Este ano, a cópia restaurada do filme passou no Festival de Roterdão, e agora é a nossa vez de voltar a vê-lo nas salas.
A obra de Morais é um dos tesouros do cinema nacional, e, infelizmente, a sua carreira foi interrompida cedo demais. Morais faleceu em 2004, aos 60 anos, logo depois de “Quaresma” (2003), quando o realizador parecia finalmente encontrar o seu lugar, depois do sucesso de “Peixe Lua” (2000). 
A Cinemateca Portuguesa restaurou recentemente os seus filmes, e chegou a hora de resgatar essas obras para o grande ecrã e dar a novas gerações a oportunidade de conhecer ou redescobrir a sua arte.
Distribuição
Além de “O Bobo”, a Leopardo Filmes distribui em Portugal e no estrangeiro outros dois filmes importantes de Morais: “Ma Femme Chamada Bicho” (1978) e “Zéfiro” (1993), além de “Peixe Lua” e “Quaresma” (este dois últimos distribuídos pela NOS Lusomundo).
Exibições e homenagens
A partir de 24 de abril, “O Bobo” estará em exibição nas salas Nimas, em Lisboa, e Trindade, no Porto. Também será possível vê-lo no Cineclube de Faro (24 de abril), Teatro Campo Alegre, no Porto (a partir de 1 de maio), TAGV, em Coimbra (6 de maio), Theatro Circo, em Braga (12 de maio) e CAE da Figueira da Foz (16 de maio), entre outras salas que serão anunciadas em breve.
Em Lisboa, o cinema Medeia Nimas fará uma retrospetiva da obra de Morais, com as novas cópias restauradas (e, pela primeira vez em Portugal, as de “Peixe Lua” e “Quaresma”). Haverá várias sessões seguidas de debates (veja o programa completo aqui).
No Porto, o Teatro Campo Alegre também vai organizar uma programação especial, a partir de 1 de maio.
