“On Falling”, “O Riso e a Faca”, “Sol Menor” e “La Durmiente” na pré-seleção dos Prémios Europeus de Cinema 2026

“On Falling”, “O Riso e a Faca” e “Sol Menor” na lista de filmes escolhidos para a pré-seleção da edição de 2026 dos Prémios Europeus de Cinema
"On Falling" (2024), de Laura Carreira "On Falling" (2024), de Laura Carreira
Joana Santos no papel de Aurora em "On Falling", de Laura Carreira

A Academia Europeia de Cinema anunciou os filmes escolhidos para a pré-seleção da edição de 2026 dos Prémios Europeus de Cinema. Aquela que é a 38.ª edição dos Prémios, terá lugar a 17 de janeiro em Berlim e celebra os maiores acontecimentos do cinema Europeu. Os Prémios são apresentados todos os anos pela Academia Europeia de Cinema e as Produções da Academia Europeia de Cinema.

Na pré-seleção encontram-se 67 filmes que estão agora na corrida a uma possível nomeação para a lista final, votada pelos membros da Academia Europeia de Cinema. A pré-seleção inclui 44 longas metragens, 14 documentários e 8 filmes de animação, incluindo 27 filmes realizados e co-realizados por mulheres. Com 34 países representados, tanto de dentro ou fora da União Europeia, a lista dos filmes selecionados reflete a excelência do cinema Europeu, demonstrando a sua variedade, diversidade e criatividade.

A pré-seleção das longas metragens e documentários foi escolhida por membros do Conselho da Academia Europeia de Cinema e por especialistas convidados e a lista de filmes de animação por um comité de seleção composto por membros do Conselho da Academia e especialistas convidados em cooperação com a CARTOON, a Associação Europeia de Cinema de Animação.

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A lista de pré-selecionados é baseada nos critérios de diversidade e inclusão da Academia Europeia de Cinema e nas próximas semanas, os 5400 membros irão ver os filmes selecionados e votar nos nomeados.

As nomeações serão feitas para Filme Europeu, Realizador Europeu, Revelação Europeia – Prémio Fipresci, Documentário Europeu, Filme de Animação Europeu, Atriz Europeia, Ator Europeu e Argumentista Europeu. Os nomeados serão revelados a 18 de novembro de 2025 no Real Alcázar de Sevilha, depos da 22.ª edição do Festival de Cinema Europeu de Sevilha.

A 31 de outubro, serão reveladas as nomeações ao Prémio Europeu de Curtas-Metragens – Prémio Vimeo, escolhidas pela Rede Europeia de Curtas Metragens da Academia e anunciadas no 70.º SEMINCI – Festival Internacional de Cinema de Valladolid.

A 26 de novembro de 2025, serão reveladas as nomeações às categorias de Diretor de Casting Europeu, Diretor de Fotografia Europeu, Compositor Europeu (Banda Sonora Original), Figurinista Europeu, Editor Europeu, Maquilhagem e Cabelo Europeu, Diretor de Arte Europeu e Engenheiro de Som Europeu, escolhidas pelos membros da Academia a partir dos filmes pré-selecionados.

O filme português O Riso e a Faca é um dos filmes da pré-seleção e chega às salas de cinema nacionais no próximo dia 30 de outubro, depois de estrear no Un Certain Regard do Festival de Cannes, e de se encontrar em exibição nas salas em França pelo terceiro mês consecutivo, contando com mais de 20.000 espectadores.  Ainda antes da estreia no circuito comercial, será apresentada no dia 25 de outubro, na 23.ª edição do Doclisboa, uma versão integral do filme, intitulada “O Riso e a Faca, Integral”.

Sérgio Coragem, Cléo Diára e Jonathan Guilherme compõem o elenco deste filme que desafia o público a refletir sobre a relação entre o desejo e o poder, os limites entre o riso e a dor, a violência e a vulnerabilidade, abordando uma das feridas mais expostas do nosso tempo: a fronteira neocolonial.

Acompanhamos a viagem de Sérgio, um engenheiro ambiental português, até uma metrópole da África Ocidental, Bissau, onde vai trabalhar ao serviço de uma ONG, na construção de uma estrada entre o deserto e a floresta. É ali que se envolve numa relação íntima, mas desequilibrada, com dois habitantes da cidade, Diára e Gui.

Com produção de Uma Pedra no Sapato e Terratreme Filmes, esta é a segunda longa-metragem de ficção de Pedro Pinho, que em 2017 apresentou na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes “A Fábrica de Nada”, onde ganhou o prémio FIPRESCI da Crítica Internacional e, posteriormente, outros 20 prémios em festivais de todo o mundo.

On Falling”, da cineasta luso-britânica Laura Carreira, é um retrato íntimo da precariedade moderna. Na periferia industrial de Glasgow, Aurora trabalha como picker num armazém de e-commerce. Em turnos irregulares e ritmos impostos por algoritmos, o seu dia-a-dia resume-se a recolher encomendas de prateleiras metálicas e registar códigos de barras.

Joana Santos dá corpo e vulnerabilidade à protagonista, numa performance contida, mas profundamente expressiva, em que cada gesto e silêncio carrega o peso de uma existência invisível, controlada por forças económicas maiores. Aclamado pela crítica pela sua abordagem minimalista e poética, o filme ganhou os prémios para Melhor Realização nos festivais de cinema de Londres e San Sebastián.

A curta-metragem “Sol Menor”, de André Silva Santos, foi selecionada para o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, após a sua estreia em Portugal no Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, onde conquistou o prémio de Melhor Filme na Competição Portuguesa do Festival.

“La Durmiente”, a curta-metragem de Maria Inês Gonçalves que marca o início do seu percurso independente, explora a história da infanta medieval D. Beatriz de Portugal (1373-1420) através da fabulação e do imaginário infantil. Tomando como cenário o Mosteiro de Sancti Spiritus em Toro, Espanha, onde jaz o sepulcro de D. Beatriz, um grupo de sete crianças encena e interpreta fragmentos da vida desta personagem apagada pela história, mas preponderante na crise dinástica portuguesa de 1383.

Da lista de filmes agora pré-selecionados, contam-se ainda “Bugonia”, de Yorgos Lanthimos, “Dossier 137”, de Dominik Moll, “Die My Love”, de Lynne Ramsay, “Franz”, de Agnieszka Holland, “Foi Só Um Acidente”, de Jafar Panahi, “La Grazia”, de Paolo Sorrentino, “Mirrors n.º 3”, de Christian Petzold, “Romeria”, de Carla Simón, “Valor Sentimental”, de Joachim Trier, “Sirat”, de Oliver Laxe, “Riefenstahl”, de Andres Veiel, “With Hasan in Gaza”, de Kamal Aljafari, “Tardes de Solidão”, de Albert Serra ou “Arco”, de Ugo Bienvenu.