“Quando M’Eu For Desta Terra” e “Francisco Perdido” são os filmes vencedores da 2.ª edição do Revoluções Curtas

“Quando M’Eu For Desta Terra” e “Francisco Perdido” são os vencedores da segunda edição do Revoluções Curtas, um festival online que visa dar visibilidade às novas vozes do cinema português
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"Quando M'eu For Desta Terra", de Francisco Moura Relvas e Rita Senra

“Quando M’eu For Desta Terra”, de Francisco Moura Relvas e Rita Senra, venceu o Prémio do Júri da segunda edição do festival Revoluções Curtas, com a distinção monetária no valor de 1000 euros.

“Quando M’eu For Desta Terra” tem lugar na aldeia de Dine, em Trás-os-Montes, onde a solidão adensa-se quando, no escuro da noite, os cães ladram lá fora e confirmam: a gruta foi tomada de assalto. Baseado em factos verídicos.

Entre os vinte títulos em competição, a escolha ficou a cargo do júri composto pelo programador e coordenador de pós-produção António Simão, pela realizadora e artista multidisciplinar Inês Lima e pelo programador do Indielisboa Rui Mendes,

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O júri justifica a sua escolha por ser uma comovente reflexão sobre a memória, a solidão e o sentido de pertença, “Quando M’Eu For Desta Terra” revela-se como uma meditação poética sobre a luz e a escuridão. Através de uma linguagem de uma comovente simplicidade e precisão emocional, cada plano expõe uma relação íntima entre uma mulher e a paisagem que a rodeia. Cada imagem é cuidadosamente composta e, no subtil diálogo entre o som e o silêncio, o quotidiano torna-se sagrado, transformando o real em abstração lírica.

A Menção Honrosa do galardão que cumpre uma das maiores missões do projecto – o impulso à produção de cinema em Portugal – foi para Francisco Perdido de Frederico Mesquita, sobre Francisco que acredita que o seu novo telemóvel irá fazê-lo conquistar o amor de Rita. Uma comédia dramática sobre os azares da adolescência, a par de um igualmente azarado campeonato de futebol.

O júri refere que o filme remete-nos para outro tempo onde os dias pareciam infinitos e as ambições eram mais inocentes. Um confronto inesperado arruína o dia e transporta-nos para outro momento nas nossas vidas, onde nos sentimos igualmente indefesos e perdidos. Com uma notável direcção de actores e provido de uma realização confiante, decidimos dar a menção honrosa a “Francisco Perdido” de Frederico Mesquita.

O filme vencedor do Prémio do Público que premeia a curta-metragem com a melhor pontuação dos utilizadores da Filmin, no valor de 750€ foi para “Nuno”, de Nuno Taborda sobre uma história íntima e familiar que acaba por nos ressoar como um fenómeno (emocional) universal.

A curta-metragem “Não São Águas Passadas”, de Viviane Rodrigues, foi a segunda mais votada pelo público. Neste documentário, entre Lisboa e Lagos, cidades centrais no tráfico negreiro transatlântico, é revelada a romantização de um dos piores episódios da história portuguesa, o colonialismo.

Todos os vencedores e menções honrosas terão ainda a oportunidade de fazer parte do programa da próxima edição do festival Atlàntida Mallorca Film Fest, festival híbrido de cinema que se realiza em Maiorca, em Espanha.

Nesta edição, o festival tem ainda a parceria da empresa americana The DCP Works que ficará a cargo das cópias dos filmes vencedores e da menções honrosas para os festivais. Na segunda edição do Revoluções Curtas, a competição de curtas apresenta 20 propostas bastante diversificadas, tanto em tema como em estilo, entre documentário, experimental e ficção.