Trinta anos após a sua estreia, “Priscilla, Rainha do Deserto” vai ter uma sequela com o elenco original, Terence Stamp, Guy Pearce e Hugo Weaving. A revelação foi feita por Stephan Elliott, argumentista e realizador do filme australiano.
Numa conversa com o The Guardian Australia, Elliot não escondeu o seu entusiasmo pelo filme, afirmando que este é o momento oportuno para a sua produção, especialmente à luz das tensões sociais que caracterizam o presente.
“E com Trump vindo aí, tudo vai pegar fogo de novo. Uma pessoa me disse: ‘Será que este é o momento para fazer esse filme?’. Eu disse: ‘É o momento perfeito para fazer esse filme’. Não quero me repetir, por isso levei tanto tempo para escrever a sequela e para perceber que há algo que precisa ser dito sobre tolerância”, afirmou o realizador. “Quando pensam no filme original, as pessoas se lembram das fantasias, da música e da diversão, mas a história também é uma facada no peito. Não vou fazer um filme só com peitos e plumas.”
Priscilla, Rainha do Deserto
Cansado da rotina monótona, Anthony “Tick” Belrose (Weaving) decide trocar o quotidiano por uma viagem inesquecível pelo interior australiano. A bordo do reluzente autocarro Priscilla, ele convida a extravagante Felicia Jollygoodfellow (Pearce) e a transexual Bernadette Bassenger (Stamp) para se juntarem a uma jornada musical.
Entre atuações vibrantes e paisagens de cortar a respiração, o trio enfrenta as vicissitudes da vida e os preconceitos da sociedade, construindo laços indestrutíveis e descobrindo a importância da amizade, da autoaceitação e da celebração da individualidade.
Impacto
Estreado no Festival de Cannes em 1994, o filme tornou-se um fenómeno global, introduzindo ao grande público a cultura vibrante das drag queens, até então restrita aos frequentadores de bares e discotecas.
Elogiado tanto pela crítica como pelo público, o filme recebeu os prémios de Melhor Guarda-Roupa nos Óscares e Melhor Maquilhagem e Penteado nos BAFTA, consolidando assim o seu estatuto como um clássico cult.
Musical
O sucesso retumbante de “Priscilla, Rainha do Deserto” não se restringiu às salas de cinema, mas sim expandiu-se para os palcos teatrais, conquistando públicos em todo o mundo.
Em 2006, a adaptação musical estreou em Sydney, com uma produção impecável que recriou a magia do filme original com fidelidade.
A partir de então, a peça tornou-se um sucesso estrondoso, percorrendo palcos renomados como o West End de Londres (2009), Toronto (2010) e finalmente a Broadway em 2011, onde teve a honra de contar com a participação da lendária atriz e cantora Bette Midler.
Em 2012, o Brasil recebeu a primeira montagem que estreou no Teatro Bradesco, em São Paulo.