Anunciada Competição Internacional do FEST 2021

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A edição deste ano do FEST terá foco na obra da realizadora catalã Isabel Coixet, que, a par de Irvine Welsh e Tony Grisoni, conforma já aqui anunciado, irá lecionar uma masterclass.

A Competição Internacional do FEST – Novos Realizadores | Novo Cinema regressa este ano com dez filmes, de ficção e documentário, numa selecção que inclui algumas das mais mediatizadas obras dos últimos meses e que renova o compromisso do festival com a descoberta dos nomes emergentes na cinematografia mundial. Anunciado esta quarta feira, dia 2, foi também o filme de abertura do festival, “The Divide”, de Catherine Corsini. Vencedor do prémio Queer Palm em Cannes, a longa metragem está repleta de comentários sobre a turbulência nas ruas de Paris causada pelos protestos dos Gilets Jeunes e o estado decadente do sistema de saúde em França.

Vencedor do Prémio Originalidade também em Cannes, “Lamb”, de Valdimar Jóhannsson, é um autêntico triunfo do cinema de género contemporâneo, utilizando a paisagem desolada da Islândia como uma personagem por si só, qual testemunha silenciosa da acção humana. O quase estado de guerra civil mexicana é o cenário de “The Civillian”, um intenso thriller com um toque feminino, que está destinado a desafiar a nossa percepção do género, o país e o impacto da violência endémica. A longa destacou-se na competição Un Certain Regard, onde ganhou o Prémio Coragem, muito graças à impressionante performance de Arcelia Ramírez e à controlada e refletida realização de Teodora Mihai. Ainda no campo da reflexão sobre as relações humanas, “Zero Fucks Given” é uma história contemporânea sobre precariedade e a incerteza do futuro, numa era em que o impacto das tecnologias impacta, de forma determinante, os contactos sociais. Vencedor dos prémios para melhor actor em Turim e Gijon, “Poppy Field” é a prova de que a cinematografia romena continua a conquistar o impossível: a vitalidade e a constante reinvenção. Construindo um filme em torno da  persistência do machismo nas instituições policiais, Eugen Jebeleanu revela-se, aqui, um dos seus mais interessantes novos nomes.

“Pebbles” começou o ano a vencer o Tiger Award no Festival de Roterdão. Com um intenso percurso pelos festivais internacionais, a primeira longa-metragem de P.S. Vinothraj impressiona pelo mistura de drama social e experiência sensorial que o notável trabalho de cinematografia conquista. Uma obra que repensa a nossa perspetiva sobre o Novo Cinema Indiano. Estreado em Roterdão, “Mighty Flash”, de Ainhoa Rodriguez, propõe-nos um olhar sobre a condição feminina, num filme marcado pela sensibilidade e refinamento de uma cinematografia com ecos de David Lynch, mas de inquestionável toque ibérico. Fechar a lista de ficções confirmadfas, com “Enforcement”, um filme que ecoa o assassinato de George Floyd e o clima de inquietação entre as diferentes comunidades étnicas na Europa. E nesta teia de perigo perpétuo, o filme da dupla Anders Ølholm e Frederik Louis Hviid coloca questões vitais sobre o policiamento no século XXI.

No campo do documentário, destaque a um dos grandes sucessos de audiência do ano (ganhou prémios de audiência no Hot Docs e no Max Ophuls). “Dear Future Children”, de Franz Böhm, é um filme sobre a nova geração, feito pela nova geração. Um olhar sobre a forma como os mais jovens se mobilizam, um pouco por todo o globo, contra o sismo eminente das mudanças climáticas, a luta pelos direitos humanos e a democracia. Em lados opostos, “Last Knights of the Right Side”, realizado por Michał Edelman, deixa a proposta de uma viagem até a uma Polónia que tem sido ponto essencial do crescimento da extrema-direita populista no quadro político europeu. Fechar a lista com “A Way Home”, de Karima Saidi, um filme onde descobrimos todos os detalhes da dor, rupturas e prazeres de uma vida familiar marcada pelo exílio. Um tocante documentário que acompanha o reencontro da cineasta com a sua mãe, recentemente diagnosticada com Alzheimers.

A 17ª edição do FEST decorre entre 4 e 11 de outubro nas cidades de Espinho, Porto e Lisboa.

SELEÇÃO LINCE OURO 2021

A Way Home, Karima Saidi, 2020, Bélgica, 90′

Dear Future Children, Franz Böhm, 2021, Alemanha, 89′

Enforcement, Anders Ølholm, Frederik Louis Hviid, 2020, Dinamarca, 108′

Lamb, Valdimar Jóhannsson, 2021, Islândia, Suécia, Polónia, 106′

Last Knights of the Right Side, Michał Edelman, 2020, Polónia, 67′

Mighty Flash, Ainhoa Rodríguez, 2021, Espanha, 98′

Pebbles, P.S. Vinothraj, 2021, Índia, 75′

Poppy Field, Eugen Jebeleanu, 2021, Roménia, 82′

The Civilian, Teodora Mihai, Bélgica, Roménia, México, 140′

Zero Fucks Given, Julie Lecoustre, Emmanuel Marre, 2021, França, Bélgica, 110′

FILME DE ABERTURA: The Divide, Catherini Corsini, 2021, França, 97′+

 

Fonte:

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