O filme “Barbie”, realizado por Greta Gerwig, tem enfrentado proibições em diferentes países, suscitando debates sobre sua mensagem e impacto na sociedade.
Após ser banido no Vietnã, o longa de Gerwig também teve sua exibição vetada no Kuwait, sob a alegação de necessidade de “proteger a ética pública e as tradições”. No entanto, as razões exatas que levaram a considerar o filme ofensivo permanecem sem esclarecimento.
A produção em questão, não aborda diretamente questões de sexualidade, embora inclua atores que se identificam como LGBTQIA+, como Hari Nef (a Barbie médica) e Kate McKinnon (a Barbie estranha). Além disso, o filme trata de temas como igualdade de género, patriarcado, feminismo e inclusão. Por outro lado, o portal KUNA, do Kuwait, afirmou que o filme foi proibido devido ao seu potencial de promover “ideias e crenças estranhas à sociedade e à ordem pública”.
Essa ação de censura também se repetiu no Líbano, onde o ministro da Cultura, Mohammad Mortada, justificou a proibição alegando que o filme apresenta temas relacionados a género e sexualidade que vão contra os “valores da fé e da moralidade”, promovendo a homossexualidade e a transformação sexual”.
Essas decisões de censura também têm um contexto político e religioso, como relatado pela Reuters. No Líbano, o poderoso grupo armado muçulmano xiita Hezbollah, liderado por Hassan Nasrallah, intensificou seu discurso contra a comunidade LGBTQIA+, considerando-a um “perigo iminente” para o país e exigindo que seja “confrontada”. A campanha mais ampla contra pessoas LGBTQIA+ é vista como uma colaboração entre o Hezbollah, a extrema direita cristã e outros líderes religiosos importantes.
Em meio a essas polêmicas, autoridades libanesas pediram aos cidadãos para “se apegarem” aos valores familiares, embora sem mencionar explicitamente a comunidade LGBTQIA+.
Em entrevista concedida à Reuters, Ayman Mhanna, diretor executivo da fundação cívica sem fins lucrativos Samir Kassir Foundation, observou que a ação de Mortada é parte de uma campanha mais ampla que envolve diversos grupos e líderes religiosos, todos direcionados contra a comunidade LGBTQIA+.