O cineasta sueco Ruben Östlund triunfou e surpreendeu toda a crítica internacional ao conquistar a Palma de Ouro pelo filme “Triangle of Sadness”, na 75.ª edição do Festival de Cannes, quer terminou no passado dia 28 de maio.
Depois de “O Quadrado” (2017), Östlund arrecada a sua segunda Palma de Ouro em Cannes, agora com “Triangle of Sadness”, uma sátira social sobre o mundo da moda e das aparências e uma crítica à classe alta, dos ricos.
Segundo o Deadline: “Triangle Of Sadness é uma declaração de missão sobre igualdade: que ela não existe, que não pode existir, que no momento em que a calamidade trouxer a queda dos principais cães, novos malditos os substituirão e se comportarão exatamente da mesma maneira. Triangle Of Sadness é amargo e inteligente.”
Apreciado pela crítica e pelo público, “Triangle of Sadness” foi aplaudido de pé por mais de 7 minutos. Para os críticos do The Playlist, “Ruben Östlund vacila nesta ampla sátira de classe! Duas horas e meia longas, muitas vezes tediosas, animam-se apenas em intervalos esparsos, geralmente quando o soberbo Dickinson tem algum momento para tal. E há uma comédia física admirável na preparação para o naufrágio, como se o clímax de “Titanic” tivesse sido mergulhado em vómito e diarreia. Mesmo assim, esses desvios pouco fazem para resgatar a análise social subdesenvolvida que Östlund não para de martelar.”
O Grande Prémio do Júri foi dividido entre “Close”, o segundo filme do jovem realizador belga Lukas Dhont, e “Stars at Noon”, da realizadora francesa Claire Denis.
O cineasta sul-coreano Park Chan-wook venceu o prémio de Melhor Realização por “Decision to Leave”, que era aliás um dos favoritos a vencer o prémio principal de Cannes. “Park está de volta a Cannes com este sensacional romance noir, apresentando uma gloriosa atuação da estrela chinesa Tang Wei. Ela é carismática sem esforço e hipnotizante; sexual, mas reservada, forte, capaz, intimidantemente inteligente! Um filme bonito e emocionante e Tang realmente está magnífica!”, escreveu o The Guardian sobre o filme.
A estrela de “Parasitas” (2019), Song Kang-ho, venceu o prémio de Melhor Ator pela sua interpretação em “Broker”, do japonês Hirokazu Kore-eda, sobre uma família coreana que procura um lar para um bébé abandonado.
O prémio de Melhor Atriz foi para a iraniana Zar Amir Ebrahimi pelo filme “Holy Spider”, de Ali Abbasi, um serial killer sobre uma jornalista que investiga os assassinatos em série de profissionais do sexo, conhecidos por “Assassinos de Aranhas”.
O júri, presidido por Vincent Lindon, atribuiu ainda um prémio especial pelo 75.º aniversário as veteranos irmãos belgas, Jean-Pierre e Luc Dardenne, pelo filme “Tori and Lokita”. Para o The Wrap, este é “um dos seus filmes mais fortes em anos, um drama tranquilo que explode com a humanidade mesmo quando lança um olhar triste sobre a desumanidade.”.
“The Worst Ones”, das realizadoras francesas Lise Akoka e Romane Gueret, arrecadou o prémio principal da seção Un Certain Regard do Festival de Cannes. O prémio do Júri foi para “Joyland”, filme de estreia do realizador Saim Sadiq e o primeiro filme paquistanês na seleção oficial de Cannes.
Já a Palma Queer, destinada a filmes sobre direitos LGBTQIA+, foi para “Joyland”, nas longas-metragens, e “Will You Look at Me”, nas curtas-metragens.
Palmarés 2022
Palma de Ouro
Triangle of Sadness, de Ruben Östlund
Grande Prémio do Júri (ex-aequo)
Close, de Lukas Dhont
Stars at Noon, de Claire Denis
Prémio Especial 75.º aniversário de Cannes
Jean-Pierre e Luc Dardenne, por Tori and Lokita
Melhor Realização
Park Chan-wook, por Decision to Leave
Prémio do Júri (ex-aequo)
EO, de Jerzy Skolimowski
Le Otto Montagne, de Charlotte Vandermeersch e Felix Van Groeningen
Melhor Argumento
Boy from Heaven
Melhor Ator
Song Kang Ho, em Broker
Melhor Atriz
Zar Amir Ebrahimi, em Holy Spider
Câmara de Ouro para Melhor primeira obra
War Pony, de Gina Gammell e Riley Keough
Palma de ouro para Melhor Curta-Metragem
The Water Murmurs
Prémio FIPRESCI
Competição oficial
Leila’s Brothers, de Saeed Roustayi
Un Certain Regard
The Blue Caftan, de Maryam Touzani
Quinzena dos Realizadores
Love According to Dalva, de Emmanuelle Nicot
Secção Un Certain Regard
Prémio Un Certain Regard
The Worst Ones, de Lise Akoka e Romane Gueret
Prémio de Júri
Joyland, de Saim Sadiq
Prémio Melhor Realização
Alexandru Belc, por Metronom
Prémio Melhor Interpretação
Vicky Krieps, em Corsage
Adam Bessa, em Harka
Prémio Melhor Argumento
Mediterranean Fever, de Maha Haj