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Cinéma du Réel 2025: Filmes de Maureen Fazendeiro e de Ico Costa em competição

Duas produções portuguesas estreiam na 47.ª edição do Cinéma du Réel – Festival Internacional de Cinema Documental, um dos mais importantes festivais de cinema da Europa dedicado ao género documental.
"Les Habitants" (2025), de Maureen Fazendeiro "Les Habitants" (2025), de Maureen Fazendeiro
"Les Habitants" (2025), de Maureen Fazendeiro

A curta-metragem de Maureen Fazendeiro, “Les Habitants”, e a longa-metragem de Ico Costa, “Balane 3”, vão estar em competição na 47.ª edição do Cinéma du Réel – Festival Internacional de Cinema Documental, que vai decorrer em Paris, de 22 a 29 de março. Os dois filmes são a única presença portuguesa no Festival Cinéma du Réel deste ano.

Escrito a partir de cartas que a realizadora francesa Maureen Fazendeiro recebeu da sua mãe, “Les Habitants” é o retrato de uma cidade dormitório nos arredores de Paris, cujo quotidiano é perturbado pelo estabelecimento provisório de uma comunidade cigana. Enquanto a maioria dos moradores se indigna e exige a expulsão dos recém-chegados, algumas mulheres tentam ajudá-los a habitar o terreno que ocupam. A curta é narrada em voz-off pela própria realizadora.

O filme é uma coprodução luso-francesa entre a Uma Pedra no Sapato e a Norte Productions, com distribuição da Agência da Curta-Metragem.

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"Balane 3", de Ico Costa
“Balane 3”, de Ico Costa

“Balane 3”, de Ico Costa, uma coprodução entre as produtoras portuguesas Terratreme Filmes e Oublaum Filmes e da produtora francesa La Belle Affaire Productions, é um documentário sobre as vidas dos habitantes de Inhambane, uma cidade no sul de Moçambique.

“BALANE 3 é um bairro em Inhambane. Inhambane é uma cidade de Moçambique. Moçambique é um país em África. África não é só aquilo que se vê na televisão. Por outras palavras, BALANE 3 é um documentário sobre as vidas dos habitantes de Inhambane, uma cidade no sul de Moçambique. Como quaisquer pessoas no mundo, as personagens deste filme trabalham como pescadores, talhantes ou lavadores de carros, vão à escola, hospitais, cabeleireiros e mercados, bebem e dançam à noite, falam de política, doenças, amizades, amor e sexo. Falam bastante de sexo.”, lê-se na sinopse do filme na Oublaum Filmes.

“BALANE 3 é um filme especialmente anacrónico por três razões. Primeiro, porque a rodagem ocorreu em 2019. Segundo, porque entretanto lancei dois filmes – a curta-metragem ‘Domy+Ailucha: Cenas Kets!’ e a longa-metragem de ficção ‘O Ouro e o Mundo’ – cujas rodagens aconteceram posteriormente. Por fim, em 2019 eu ainda estava numa fase em que queria combater uma certa ideia que tinha de que os filmes em África eram todos sobre pobreza ou outras condições resultantes da mesma, pelo que, no seguimento da minha outra curta-metragem ‘Nyo Vweta Nafta’, queria mostrar um Moçambique mais vivo, jovial, pois era esse o Moçambique que eu conhecia.”, afirma o realizador que tem desenvolvido o seu trabalho cinematográfico maioritariamente neste país africano.

O filme venceu em 2023, no Festival Las Palmas de Gran Canaria, o prémio The Almost-Finished Films Award no valor de oito mil euros, “por ser um projeto realizado com uma poderosa pulsão vital, capaz de ver beleza e frescura na cronologia de um dia, abordado com grande liberdade, sem melancolia nem solenidade”, segundo o júri.

Antes de passar pelo festival francês, a quarta longa-metragem de Ico Costa vai ter a sua estreia mundial no CPH:DOX – Festival Internacional de Documentário de Copenhaga, que se realiza de 19 a 30 de março na capital dinamarquesa, integrando a principal secção competitiva do certame.

(Artigo atualizado a 13/02/2025)