Family Film Project 2023: Festival regressa em outubro com foco na realizadora japonesa Naomi Kawase

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Está para breve a 12.ª edição do Family Film Project – Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Memória e Etnografia, que acontece na cidade do Porto, de 17 a 21 de outubro de 2023, no Batalha Centro de Cinema, “com um programa dedicado ao experimentalismo cinematográfico e ao questionamento ético-estético das imagens, sempre com especial enfoque nos espaços da intimidade e no cinema que aí se faz a partir de dentro.”

A realizadora japonesa Naomi Kawase estará em foco nesta edição que conta, além das sessões competitivas de cinema com performances, masterclasses, conversas, sessões especiais e oficinas. Naomi Kawase, a realizadora mais jovem de sempre a receber a Caméra d’Or no Festival de Cannes, com o filme “Moe no suzaku” (1997), conhecida pelos filmes “A Quietude da Água” (2014) e “Uma Pastelaria em Tóquio” (2015), iniciou a sua carreira como realizadora com documentários autobiográficos.

Naomi Kawase virá ao Porto para apresentar uma seleção de filmes organizada em quatro sessões: “uma primeira sessão dedicada à chamada “trilogia da avó”, com os filmes Katatsumori [1994], Ten, mitake (See the Heaven) [1995] e Hi wa katabuki (Sun on the Horizon) [1996]; uma segunda sessão com os filmes Embracing [1992] e Kya Ka Ra Ba A (Sky, Wind, Fire, Water, Earth) [2001], ambos relacionados com a temática do pai ausente; uma terceira sessão com três filmes posteriores que prosseguem os mesmos temas familiares, incidindo sobre o abandono, a morte e o nascimento: Shadow [2004], Tarachime (Birth/Mother) [2006] e Chiri (Trace) [2012]; e, por fim, a sessão de encerramento do festival, onde será exibida a longa-metragem Genpin [2010], que aprofunda o tema da interdependência entre a vida e a morte. “

A realizadora dará ainda uma masterclass, intitulada de “Autodescoberta através do olhar cinematográfico”, com moderação de Luciano Barisone, onde Naomi Kawase “fará um enquadramento geral da sua obra cinematográfica a partir dos seus primeiros filmes de cunho documental e autobiográfico, trabalhos seminais que, segundo a cineasta, lhe permitiram estabelecer uma conexão com o mundo e a levaram a dedicar a sua vida ao cinema.”

“A secção competitiva do festival mantém a sua matriz habitual, com a organização das diversas sessões por duas áreas temáticas abrangentes: “Vidas e Lugares” (com enfoque na abordagem estética a quotidianos, habitats e biografias) e “Memória e Arquivo” (dedicada à temporalidade e à apropriação poética de testemunhos e de found footage). Haverá também espaço para duas sessões competitivas de ficção, uma das quais dedicada a curtas-metragens portuguesas. Ao todo, a secção competitiva do festival reúne vinte e dois filmes de dezasseis nacionalidades, incluindo cinco filmes de produção nacional.”, lê-se no comunicado do festival.

Com 22 filmes em competição, oriundos de 15 países, inclui trabalhos dos portugueses Laura Gonçalves, André Guiomar, João Pedro Rodrigues, João Rui Guerra da Mata, Falcão Nhaga e Rita Barbosa. O júri da secção competitiva é composto por João Coelho, João Leal e Luísa Homem.

Destaque ainda para o realizador francês David Ernaux-Briot que estará presente para uma conversa sobre o filme Annie Ernaux – Os Anos Super 8″ (2022), correalizado por si e pela sua mãe, Annie Ernaux, vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2022.

Fonte: Family Film Project

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