Com a mudança para o Cinema Batalha agora denominado Batalha – Centro de Cinema, bem no centro da cidade do Porto, junto ao Teatro Nacional S. João e à zona comercial mais nobre da cidade, a Rua de Santa Catarina, a 43ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto abre assim uma nova página da sua vida. Foi na passada terça-feira, dia 17 a apresentação oficial desta edição à comunicação social.
O Fantasporto recebeu obras dos seguintes países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austria, Austrália, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Cazaquistão, Chile, China, Colombia, Coreia do Sul, Costa Rica, Croácia, , Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Equador, Estónia, Filipinas, França, Grécia, Hungria, India, Indonésia, Irão, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Macedónia do Norte, Malásia, Malta, México, Myanmar, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Palestina , Paquistão, Paraguai, Polónia, Portugal, Qatar, Quirguistão, Reino Unido, Chéquia, Roménia, Rússia, Singapura, Suécia, Suíça, Tailândia, Taiwan, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Uruguai, Venezuela e Vietnam. Com estes 67 países sujeitos a selecção, centenas de filmes recentes, levam a uma selecção final de 86 antestreias em Portugal com estilos diversificados, apostado em ser o reflexo do melhor cinema que se vem fazendo a nível mundial e também em Portugal.
Destaque para a sempre forte representação do cinema japonês, para a presença de um surpreendente filme ucraniano, de um filme da Malásia, país pela primeira vez presente no festival. Presença forte também do cinema europeu, este ano de novo com produções vindas sobretudo da França, Itália, Espanha e Reino Unido. Registe-se ainda especialmente a presença do novo filme do realizador japonês Takashi Shimizu, que já venceu o Grande Prémio do Fantasporto em 2021, que apresenta em 2023, o seu novo filme em antestreia mundial, “Immersion”.
A programação da Semana dos Realizadores de 2023 faz destaque para novos filmes em competição vindos de realizadores premiados e experientes como o polaco Krzysztof Zanussi, vencedor do festival de Veneza, Milcho Manchevsky, também vencedor em Veneza, ou o celebrado Vassilis Mazomenos da Grécia, presença habitual no Festival e no seu corpo de júris.
Em destaque também a Retrospectiva Freak Agency, curtas-metragens de excelência, sobretudo de horror, de uma agência que trabalha a promoção do cinema espanhol e colaborador de há muitos anos do Fantasporto. Vanessa Toca, a sua coordenadora, participará também, num debate, que se admite muito atractivo, sobre o papel das agências de promoção de curtas-metragens. E a retrospectiva o Cinema de Lapuz, o grande cinema realista das Filipinas, já anteriormente premiado no Fantasporto, e na presença de diversos realizadores, atrizes e actores bem como do seu produtor, aqui homenageado, Ferdinand Lapuz, o qual fará uma conferência.

A abertura é feita no dia 24 de fevereiro com o britânico “Shepherd”, de Russel Owen, na presença do realizador, um filme sobre os traumas de um homem que se isola do mundo. E com este filme inicia-se também a competição internacional do Cinema Fantástico e a grande maratona cinéfila. Um dos filmes ingleses de maior impacto no ano passado, considerado pela Variety, Screen International Empire ou pelo Film Total como um dos mais importantes filmes do ano cinéfilo.
O Fantasporto encerrará no dia 4 de março com a estreia internacional do filme turco, “Once Upon a Time in the Future: 2121”, de Serpil Alti, uma variante do “1984” de George Orwell, um inesperado olhar sobre os perigos das ditaduras, um tema bem importante nos dias de hoje. É a estreia na realização de uma realizadora a dar muita atenção no futuro próximo, a primeira mulher do seu país a abordar a ficção científica.
Como já tem sido hábito também uma série de actividades para além da exibição dos filmes. Debates, apresentações livros a anunciar e o novo desafio, Talking Movies, um convite à tertúlia, aberto a todos os participantes e cinéfilos, para se juntarem informalmente no Bar após a exibição dos filmes, num ano em que, até ao momento, já confirmaram a sua presença no Porto cerca de 70 realizadores, produtores, actores, actrizes ou produtores.