Arranca esta segunda-feira a 9.ª edição do IndieJúnior – Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil do Porto para sete dias intensos de cinema e atividades paralelas para refletir sobre valores humanistas como a comunidade, a partilha e a empatia.
Durante sete dias serão exibidos 57 filmes, de várias nacionalidades e estilos, dos quais 44 são curtas-metragens e 10 são filmes portugueses. Migrações, guerras, os desafios da infância e da juventude com visões positivas, ou o poder do coletivo, são algumas das questões que o Festival irá abordar nesta edição que pretende ser uma celebração da Comunidade através do poder transformador do cinema, “com o objetivo de abrir uma janela de luz positiva para construir um mundo melhor, com mais empatia”. Esta é a temática central do IJP, tema vertido no cartaz deste ano, da autoria da ilustradora e animadora, Alexandra Allen.
Nas sessões Comunidade de Curtas I e II poderão ser vistos filmes que retratam temáticas da família, território e emigração como “Percebes” de Laura Gonçalves e Alexandra Ramires, “Tudo Boas Massas” de David Sick ou “Uma Guitarra à Deriva” de Sophie Roze.
Além das habituais sessões para o público escolar, das quais se destacam as sessões do projeto educativo Eu Programo um Festival de Cinema (apoiado pelo ICA, PNA, PNC, IPCA e EPCJC), o público escolar terá a oportunidade de debater e ver os filmes escolhidos e programados por jovens das quatro turmas provenientes da Maia, Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.
Entre as novidades desta edição destacam-se por exemplo a exibição do clássico intemporal “O Feiticeiro de Oz” (1939), de Victor Fleming, inserido na rubrica O Meu Primeiro Filme, escolhido pela Vice-Reitora da Universidade do Porto, Fátima Vieira, sobre este conto de coragem e amizade improvável. A sessão acontece no sábado, dia 1 de fevereiro, no Cinema Batalha.
Ainda no mesmo dia, no Cinema Batalha, um dos grandes destaques desta edição é a antestreia da coprodução franco-japonesa “Gato Fantasma Anzu” realizado por Yōko Kuno e Nobuhiro Yamashita e com argumento de Shinji Imaoka. Apresentado no Festival de Cannes em 2024, este filme que conta a história de Karin e Anzu, o gato fantasma que cuida de uma menina de 11 anos abandonada pelo pai, terá a sua primeira exibição em Portugal.
De destacar também a primeira colaboração, este ano, com o Festival Porto Femme nos Maus Hábitos, com uma sessão de curtas muito especial e que procura contrariar a sub-representação das mulheres no cinema. Serão abordadas dimensões variadas no percurso de crescimento e de vida numa atmosfera feminina que promete criar reflexão entre público e convidados. O ponto de partida será a exibição dos filmes “Acrobática” de Anna Kuzina; “Regras do Jogo” de Christian Zetterberg; “Lago da Lua” de Jeannie Sui Wonders e “Conseguimos Fazer um Filme”, de Tota Alves.
Nas atividades paralelas acontecerá uma Masterclass sobre uma série da RTP para a Infância, o projeto 7 Caixas, na Escola Artística Soares dos Reis. Haverá também espaço para uma conversa-debate aberto sobre Financiamento de Filmes para a Infância, com o apoio do Centro de Informação Europa Criativa em Portugal e um Encontro sobre Filmes Feitos em Comunidade, onde serão discutidos três projetos de filmes portugueses feitos em diferentes contextos, no território nacional. Este será um momento especial de encontro e debate na Reitoria da Universidade do Porto, Casa Comum. A ideia parte de um questionamento – “O que acontece quando nos unimos para fazer um filme?”. A partir desta possibilidade, o Festival convidou uma produtora de animação internacionalmente reconhecida (BAP), uma associação que realiza filmes em contextos escolares e sociais (ANILUPA) e uma realizadora que envolveu um bairro na criação de um filme (Tota Alves).
Até dia 2 de fevereiro decorre no Porto o IndieJúnior, no Batalha Centro de Cinema, na Casa Comum Reitoria da Universidade do Porto, nos Maus Hábitos, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Coliseu Porto Ageas, no Museu Nacional Soares dos Reis e na Galeria da Biodiversidade.