O Irão condenou esta quarta-feira o realizador dissidente Mohammad Rasoulof a oito anos de prisão, segundo informou o seu advogado Babak Paknia numa publicação na rede social X. O Tribunal da Revolução Islâmica do Irão condenou ainda o realizador a uma pena de flagelação, multa e o confisco dos seus bens.
“A principal razão para esta sentença é o facto de ter assinado declarações e realizado filmes e documentários. Na opinião do tribunal, estas acções são exemplos de conluio com a intenção de cometer um crime contra a segurança do país”, escreveu Paknia.
O cineasta iraniano terá sido pressionado pelas autoridades iranianas a retirar o seu novo filme da competição da 77.ª edição do Festival de Cannes, “The Seed of the Sacred Fig”, que está previsto estrear no penúltimo dia do certame, dia 24 de maio.
O filme de Rasoulof conta a história de um juiz do Tribunal Revolucionário de Teerão que lida com as consequências dos protestos nacionais que varreram o país nos últimos anos.
Com nove filmes realizados, e um Urso de Ouro no Festival de Berlim, pelo filme “O Mal Não Existe” (2020), o realizador de 51 anos tem um longo historial de dissidência com o governo do Irão, tendo sido detido pela primeira vez em 2010 por supostamente ter filmado sem autorização e em 2017, depois de regressar de uma viagem ao estrangeiro, tendo sido confiscado o seu passaporte e impedido de sair do país, segundo avançou o IndieWire.