Talvez o maior evento cultural da cidade de Viseu e um dos maiores do país, Jardins Efémeros é um modo diferente de pensar e viver a cidade. A 4ª edição decorre de 11 a 20 de julho, no coração de Viseu, sob o mote de “dar corpo à alma, materializar o invisível”. É um evento multidisciplinar que contem no programa as seguintes áreas: Som, Artes Visuais, Oficinas, Arquitectura, Cinema, Conferências, Mercados, Teatro e Dança. São dez dias de arte e cultura, com instalações, performances, espetáculos, exposições, animação e muito mais, que permite a revitalização do centro histórico da cidade.
“Temos cruzado o material com o imaterial da cidade, na fruição das mostras, acções e espectáculos que têm florido nestes jardins. Ousamos, agora (não cegamente), olhar o seu lado invisível; ouvi-lo, dizê-lo, enfim… vê-lo. Sem, nem um segundo, deixar de considerar o óbvio prazer do que se constrói, continuar a procurar ir além da obviedade do senso comum – afinal, o bom senso – e dar corpo a, materializar, o que se esconde atrás de um quotidiano minimal e automático (talvez empreendedorista, quem sabe?), primeiro passo da construção de um não-lugar.”
“E persistimos em, através de artes e ideias, espectáculos, exposições e debates, comunicação e sociabilidade urbanas, percorrer uma rua/caminho de cidade onde a História é um passado de sucessivas contemporaneidades e o presente possa vir a ser uma referência tradicional do futuro.”
Na área da música, Viseu vai receber o simpósio internacional Invisible Places/Sounding Cities, patrocinado pelo World Forum for Acoustic Ecology (WFAE), uma organização mundial que promove a sensibilização para a ecologia acústica e a investigação do meio ambiente sonoro nos seus aspectos social, cultural, científico e ecológico. Estão também já confirmados vários concertos na cidade, entre os quais os Dead Combo, Nils Frahm, Orla Wren e Norberto Lobo.
Quanto ao programa da sétima arte, a rubrica Cinema no Jardim vai ter quatro projecções de cinema ao ar livre, na Praça D. Duarte. Sob o tema “para lá do visível”, a primeira sessão começa no dia 14 de julho com o documentário “À Procura de Sugar Man”, de Malik Bendjelloul, a história de um homem que esteve invisível durante décadas. No dia 14 de julho é exibido o clássico “Janela Indiscreta” de Alfred Hitchcock, no dia 15 é o documentário “Lisboa em Si” do compositor Pedro Castanheira e no dia 20 de julho encerra a sessão a animação espanhola, sobre a problemática da terceira idade, “Rugas” de Ignacio Ferreras.
Haverá também uma oficina de cinema de animação para as crianças, “Lugares Animados” dado por Graça Gomes, a decorrer na Rua do Comércio. “O cinema de animação pode ser um dispositivo de intervenção lúdica e pedagógica, em que a metodologia de trabalho proporciona a reflexão e a criação artística, neste caso, utilizando a técnica de animação stop-motion. Vamos criar um espaço e um momento em que os participantes da oficina possam construir e criar um pequeno filme de animação colectivo. A partir de vários elementos gráficos (desenho, fotografia, plasticina, animação de objectos reais e corpo humano, etc.) vamos, em conjunto com os participantes, realizar pequenas sequências de animação. No final de cada oficina poderemos ver um pequeno filme, resultante do trabalho do grupo. As filmagens da animação estarão a ser projectadas em simultâneo durante a oficina.”
Na secção “Nada a Fazer?”, da área da Arquitectura, o NARV (Núcleo de Arquitectos da Região de Viseu) vai mostrar seis curtos documentários na Rua D.Duarte, sempre com dupla sessão 18h30 e 22h00. “O “Nada a Fazer” mostra as iniciativas de carácter social, colectivista, informal e de pesquisa de jovens e profissionais, preocupados com as raízes identitárias dos lugares, numa tentativa de melhoria das qualidades de vida, enquanto faz uma reportagem do património português dentro e fora do país.”
Programa Cinema no Jardim | Praça D. Duarte.
13 julho – À Procura de Sugar Man, de Malik Bendjelloul (2012)
14 julho – Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock (1954)
15 julho – Lisboa em Si, de Pedro Castanheira (2013)
20 julho – Rugas, de Ignacio Ferreras (2011)
Programa Nada a Fazer?
11 julho – A Casa e a Cidade – Episódio 6 “Cidade depois da Cidade”, de Graça Castanheira
12 julho – A Casa e a Cidade – Episódio 2 “O Bairro”, de Graça Castanheira
13 julho – Alastair Parvin: Architecture for the people by the people, TED Talks
14 julho – Projecto “Cuarto Revelado” – Recetas Urbanas e Remsa
15 julho – Young Spanish Architects: Basurama from Madrid
16 julho – InSitu
Programa Doc Pólis
13 de Julho – Documentários e Conversa com os Realizadores
17h00 – Uma revolução tranquila. Os orçamentos participativos numa perspectiva portuguesa, de Pierre Stoeber e Giovanni Allegretti, com a presença deste último.
18h30 – Terra da Fraternidade, de Lorenzo D`Amico de Carvalho.
Fonte: Jardins Efémeros