Arranca esta sexta-feira a 28.ª edição do Queer Lisboa com a estreia de “Baby” no Cinema São Jorge, e que contará com a presença do cineasta brasileiro Marcelo Caetano., filme que valeu ao ator Ricardo Teodoro o prémio revelação na Semana da Crítica, no Festival de Cannes.
O filme de abertura é uma “sexy e vibrante incursão no submundo paulista que tece uma delicada narrativa sobre o amor, a família e a perda.”, descreve assim a organização do festival que propõe um programa de “soluções de urgência e necessárias utopias”.
“Baby” é um filme sobre trabalho sexual, que conta a história de Wellington (Baby), de 18 anos, que vive nas ruas do Centro de São Paulo e que acaba por conhecer, numa sala de cinema, um homem de 42 anos, que lhe dá novas ferramentas de sobrevivência, nomeadamente juntando-se a ele no trabalho sexual e tráfico de drogas. Gradualmente, nasce uma paixão entre os dois.
O festival estende-se até dia 28 de setembro com filmes oriundos de diversas geografias, sem receio de abordar “questões sensíveis como a crise dos refugiados no Mediterrâneo, o conflito no Médio Oriente ou o alerta ambiental, mas títulos, também, sem preconceitos no momento de procurar pontos de evasão: não faltam propostas irreverentes, obras radicais que exploram os limites da representação explícita da sexualidade, e até paródias e comédias com segundas leituras.”
A retrospetiva deste ano do Queer Lisboa será dedicada ao artista norte-americano William E. Jones, e contará com a exibição de 22 obras em colaboração com a Cinemateca Portuguesa.
“Baldiga – Unlocked Heart” de Markus Stein, “Avant-Drag!” de Fil Ieropoulos, “Viet and Nam” de Truong Minh Quý, “Sem Coração” de Nara Normande e Tião, “All Shall Be Well” de Ray Yeung, “The Visitor” de Bruce LaBruce, “Éviction” de Mathilde Capone, e “Close to You” de Dominic Savage, com Elliot Page no papel principal, são alguns dos destaques das longas-metragens da 28.ª edição.
O programa conta ainda com três produções portuguesas, “Seu Nome Era Gisberta” de Sérgio Galvão Roxo, “As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer” de Isadora Neves Marques e “I Kiss Your Hand, Madame” de Jeremy Luke Bolatag.
Destaque para os debates desta edição em Lisboa: “Agora Somos Nós”, com Joana Mortágua e Maíra Freitas; “Gentrificação e População LGBTQI+”, com Rita Paulos e Helder Bértolo; e “Resistência Queer”, com Dan Sokoli e Bohdan Zhuk, que visitam o Festival em representação do Prishtina Queer Festival acompanhado pelo ativista dos direitos humanos Albert Selimi.