“Queer”: Mubi suspende festival na Turquia após banimento do drama de Luca Guadagnino

As autoridades turcas alegaram que o filme de Guadagnino foi banido por conter “conteúdo provocativo que poderia ameaçar a paz pública”
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“Queer”, de Luca Guadagnino

A Mubi, plataforma de streaming reputada pelo seu catálogo de filmes alternativos e de carácter artístico, decidiu cancelar o MUBI Fest Istambul I, que estava planeado para decorrer na Turquia. A medida foi tomada em resposta ao recente banimento, pelo governo turco, do filme “Queer”, do realizador italiano Luca Guadagnino, no circuito nacional.

A produção estava prevista para a sessão de abertura do MUBI Fest Istambul, que, na sua primeira edição, iria decorrer em Istambul, na Turquia, entre os dias 7 e 10 de Novembro.

Baseado no romance homónimo de William S. Burroughs, o drama acompanha o envolvimento de William Lee (Daniel Craig), um expatriado americano na Cidade do México, que se apaixona por um homem mais jovem e evasivo, Eugene (Drew Starkey). A produção tem gerado grande atenção nos festivais em que foi exibida, especialmente pelas suas cenas de sexo explícito.

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O banimento

A Mubi foi informada em cima da hora pelas autoridades turcas, que alegaram que o filme de Guadagnino foi banido por apresentar “conteúdo provocativo que colocaria a paz pública em risco”. Por sua vez, o governo do Distrito de Kadıköy, em Istambul, justificou a medida como uma forma de “tomar as devidas medidas de segurança”.

Em resposta, a Mubi emitiu um comunicado, afirmando que essa decisão constitui “uma restrição directa à arte e à liberdade de expressão”.

“Festivais são espaços para celebrar a arte, a diversidade cultural e a comunidade, juntando as pessoas. Esse banimento não é apenas um ataque a um filme em específico, mas também distorce a essência e o propósito do festival”, afirma o comunicado.

Tabu

Embora a homossexualidade tenha sido descriminalizada na Turquia em 1858, ainda persiste uma forte resistência social ao tema. Essa resistência vai até o próprio presidente, Recep Tayyip Erdogan, que frequentemente chama os membros da comunidade LGBTQIA+ de “pervertidos” e os acusa de ameaçar as “famílias tradicionais”.

 

* Com informações da Folha de S.Paulo

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