A produtora portuguesa Real Ficção lançou um novo ciclo de filmes online para o mês de maio. Ainda em tempos de quarentena a produtora propõe “Maio, Maduro Maio”, com dois documentários do cineasta Rui Simões, “Ruas da amargura” (2008) e “Teus Olhos Castanhos de Encantos Tamanhos” (2018), e ainda um filme de Marta Pessoa, “Lisboa Domiciliária” (2009).
Para lembrar a Expo 98, no dia 22 de maio vão estar disponíveis para visionamento duas curtas-metragens documentais: “Imensa Saudade” e “A Arte de Peregrinar”, ambos de Rui Simões. No mês passado a Real Ficção tinha lançado o programa “Abril em Casa”.
Os filmes podem ser vistos aqui.
8 de maio – “Ruas da amargura” (2008), de Rui Simões
Sinopse: As ruas da amargura são povoadas por homens e mulheres, de todas as idades, com carências afetivas, financeiras, problemas mentais, alcoolismo, toxicodependência, ou simplesmente pessoas que chegaram a Portugal à procura de uma vida um pouco melhor. Do outro lado das ruas há um formigueiro de voluntários, assistentes sociais e técnicos diversos que constroem e mantêm estruturas de apoio, uns pensando em dias melhores, outros institucionalizando a ajuda sem acreditar que o fenómeno possa ter cura.
https://vimeo.com/414707614
15 de maio – “Teus Olhos Castanhos de Encantos Tamanhos” (2018), de Rui Simões
Sinopse: “A história de um sem-abrigo e o seu caminho” (Rui Simões). Revisitando um homem com quem havia feito um filme e de quem se tornara amigo, entretanto desaparecido, Rui Simões faz uma reflexão despojada sobre o seu lugar de autor junto daquele que filma. Processo amoroso, projeção ou disciplina da perda, as imagens mudam depois da morte e este homem somos todos nós na nossa impotência primordial.
25 de maio – “Lisboa Domiciliária” (2009), de Marta Pessoa
Sinopse: Lisboa. As casas que olhamos ao passar na rua parecem vazias, mas não estão. Povoados por idosos que vão perdendo o contacto com a rua, estes interiores formam um lado avesso da cidade. Lisboa deixa de ser um mapa feito de edifícios e arruamentos para passar a ser uma cidade cartografada com base em dificuldades, hábitos e memórias. “Lisboa Domiciliária” é o retrato interior de uma cidade, feito a sete vozes, onde as fachadas dão lugar aos rostos e as distâncias se medem em passos; onde a vida insiste na sua riqueza e reclama um lugar para lá de estatísticas e vontades pias. Olha-se o futuro e ele devolve o tempo que irá passar.
22 de maio – “Imensa Saudade” (2018), de Rui Simões
Sinopse: Em 1998, foi possível carimbar um passaporte com signos de todo o mundo sem sair de Lisboa, graças à Expo 98. Num caleidoscópico convite à submersão, regressamos à exposição mundial que assinalava os 500 anos da Expansão Marítima. O tema ”Os Oceanos: Um Património para o Futuro” sublinhava a proximidade ao rio e celebrava a multiculturalidade aproximando-nos de tradições, hábitos, culturas e músicas dos vários continentes. Recebendo mais de 11 milhões de visitantes ao longo de 4 meses, foi uma das maiores exposições que Portugal acolheu e, nesta reunião de lusofonias, ouvimos concertos de Maria João e Mário Laginha, Dulce Pontes, Sérgio Godinho, GNR, Clã, Rui Veloso, Pedro Abrunhosa, Rio Grande, Delfins, Xutos & Pontapés, Madredeus, Cesária Évora e Marisa Monte, entre declamações de José Medeiros, os ritmos dos Adufe, cante alentejano, tambores dos Tocá Rufar e batuques das Finka Pé. Numa profusão sensorial que reúne pontos de vista do evento, presta-se homenagem a vultos tão emblemáticos como Amália ou Manoel de Oliveira e, em várias línguas, ouvimos sobre a imensa saudade que deixará a exposição que marcou os que a visitaram.
22 de maio – “A Arte de Peregrinar” (2018), de Rui Simões
Sinopse: Homónima à obra de Fernão Mendes Pinto, a encenação volante de peregrinação, organizada pelo grupo de teatro O Bando exponenciou, no recinto da Expo 98, o mesmo espírito fantasioso que perpassa as célebres crónicas das expedições quinhentistas. Insinuando-se pela extravagância do seu aparato cénico, a espetacular parada de traço steampunk reinterpretava o passado ficcionando o futuro.