José Rogério dos Anjos Filipe da Conceição Samora, ou apenas Rogério Samora, é um actor português. Reconhecido pelos seus trabalhos no teatro e na televisão, colaborou com realizadores como Manoel de Oliveira, João Botelho, António-Pedro Vasconcelos, Maria de Medeiros, José Fonseca e Costa ou Raúl Ruiz.
O actor faleceu hoje, dia 15 de dezembro de 2021, e esteve vários meses em coma vítima de uma paragem cardiorrespiratória a 20 de julho deste ano.
Com mais de quarenta anos de carreira, estava actualmente a contracenar na televonela “Amor Amor” no canal televisivo SIC.
Nascido em Lisboa, em 28 de outubro de 1958, fez o curso de Teatro do Conservatório Nacional, e estreou-se no final da década de 1970, na peça “A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini“, de René Kalisky, levada a cena na Casa da Comédia, em Lisboa, sob a direção de Filipe La Féria. O desempenho valeu-lhe o Prémio de Ator Revelação, em 1981.
No cinema conta com mais de meia centena de títulos, desde “Le Soulier de Satin”/”O Sapato de Cetim” (1985), de Manoel de Oliveira, com quem também fez “Os Canibais” (1988), “A Caixa” (1994), “Palavra e Utopia” (2000), “Porto da Minha Infância” (2002), “Quinto Império” (2004) e “Singularidades de uma Rapariga Loira” (2009), além de “Party” (1996), que protagonizou com Michel Piccoli e Irene Papas.
No cinema trabalhou igualmente com realizadores como José Álvaro Morais, João Mário Grilo, João Botelho, Manuel Mozos, Miguel Gomes, António-Pedro Vasconcelos, Maria de Medeiros, Luís Filipe Rocha, Margarida Cardoso, Rosa Coutinho Cabral, José Fonseca e Costa, Joaquim Leitão, Raoul Ruiz e Jorge Cramez, em filmes como “O Bobo” (1987), “Aqui d’El-Rei” (1992), “Adão e Eva” (1995), “Sinais de Fogo” (1995), “Jaime” (1999), “A Falha” (2002), “A Corte do Norte” (2008) e “As Mil e Uma Noites” (2015).
O cineasta Fernando Lopes dirigiu-o em “O Delfim” (2002), adaptação do romance de José Cardoso Pires, em que contracenou com Alexandre Lencastre, desempenho que lhe valeu uma nomeação para o Globo de Ouro SIC/Caras de Melhor Actor (2003). Ainda sob a direção do realizador de “Belarmino“, participou também em “Matar Saudades” (1988), “98 Octanas” (2006) e “Os Sorrisos do Destino” (2009), nos quais voltou a contracenar com Alexandra Lencastre, Laura Soveral, Teresa Madruga e Eunice Muñoz.
Em 2019, participou no filme “Amadeo“, de Vicente Alves do Ó, com estreia prevista para o ano passado, adiada, entretanto, devido à pandemia. Distinguido com vários prémios, Rogério Samora recebeu, em 2010, o Golfinho de Ouro de carreira, do Festival Internacional de Cinema Festróia, de Troia.
O corpo do actor estará em câmara ardente entre as 18h e as 22h de sexta-feira, dia 17, na Basílica da Estrela, de onde o funeral partirá, pelas 12h de sábado, para o Crematório de Alcabideche, em Cascais, acrescenta o comunicado divulgado pela funerária.