Impulsionado pela aclamação da crítica e pela expectativa de uma nomeação aos Óscares, o drama histórico “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, estreou com sucesso no Brasil e lidera as bilheteiras.
Na última quinta-feira (7), o filme arrecadou mais de 1 milhão de reais e atraiu mais de 50.320 mil espectadores, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas e Operadoras de Multiplex (Abraplex).
O êxito de “Ainda Estou Aqui” nas bilheteiras contrasta com a preferência do público nacional por outros géneros, como a comédia. Os últimos filmes brasileiros a liderarem as bilheteiras foram o drama espírita “Nosso Lar 2”, de Wagner de Assis, em janeiro, e “Os Farofeiros 2”, de Roberto Santucci, em março.
Em entrevista ao programa Em Pauta, da GloboNews, diretamente de Los Angeles, onde se dedica à campanha de divulgação do filme nos Estados Unidos, Fernanda Torres, que interpreta a protagonista Eunice Paiva, celebrou os resultados alcançados. Para ela, “[…] o maior prémio foi a estreia do filme, com salas lotadas e uma pré-venda incrível. Fazer um filme que leva as pessoas ao cinema é mais gratificante do que um Óscar!”.
Torres revelou que, após a pandemia, havia perdido o hábito de frequentar as salas de cinema, mas recentemente redescobriu o prazer de estar numa sessão com o público. “Ver “Ainda Estou Aqui” a sala de cinema é uma experiência completamente diferente, a emoção de viver algo de forma colectiva”, concluiu a actriz.
Confira a entrevista na íntegra [aqui]
Números
O site especializado Filme B avalia que, com uma excelente média de 110 espectadores por cinema e 36 por sessão, a produção teve um bom desempenho tanto em cinemas de rua como em centros comerciais. Os resultados foram semelhantes no Rio de Janeiro, onde o filme teve uma sessão especial no Festival do Rio, e em São Paulo, onde recebeu o Prémio do Público na Mostra.
Ainda Estou Aqui
Representante do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional nos Óscares 2025, o filme de Walter Salles tem lugar no Brasil de 1971, um período marcado pela crise e pela crescente repressão da ditadura militar (1964-1985).
Adaptada do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre a sua mãe, Eunice Paiva, a obra foi transposta para o cinema por Murilo Hauser e Heitor Lorega. A trama acompanha a vida de uma mulher que, após o sequestro e desaparecimento do marido — o então deputado Rubens Paiva, pelas mãos da Polícia Militar — se vê forçada a tornar-se uma ativista pelos direitos humanos, enquanto cuida dos seus cinco filhos.
A produção conta com Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello no elenco principal, além de Antonio Saboia, Valentina Herszage, Marjorie Estiano, Olívia Torres, Maeve Jinkings, Dan Stulbach, Daniel Dantas, Thelmo Fernandes, Camila Márdila e Humberto Carrão no elenco de apoio.
*Com informações do Filme B