Terminou ontem a 70.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim com a habitual cerimónia de entrega dos prémios. O júri, presidido por Jeremy Irons, atribuiu o Urso de Ouro ao filme “There is no Evil”, do cineasta iraniano Mohammad Rasoulof.
Mohammad Rasoulof não pôde estar presente em Berlim para acompanhar a estreia mundial do seu filme, nem para receber este prémio, por lhe ser vedada a saída do Irão por imposição das autoridades daquele país. O filme acompanha quatro histórias que têm como ponto de ligação a pena de morte em vigor no Irão e levanta questões como a da liberdade individual sob um regime autoritário e os dilemas morais que se colocam perante uma ordem que se é obrigado a cumprir e contra a qual se está contra (no Irão, muitas das execuções são levadas a cabo por soldados no cumprimento do serviço militar obrigatório, um fardo tremendo a que podem estar sujeitos).
O Grande Prémio do Júri foi entregue a “Never Rarely Sometimes Always”, de Eliza Hittman, um filme sobre o aborto nos Estados Unidos da América. O cineasta sul-coreano Hong Sang Soo recebeu o prémio de Melhor Realizador por “Domangchin Yeoja”.
Competição Oficial – Longas-Metragens
Urso de Ouro
There Is No Evil, de Mohammad Rasoulof
Grande Prémio do Júri
Never Rarely Sometimes Always, de Eliza Hittman
Melhor Realização
Hong Sang Soo, Domangchin Yeoja
Melhor Ator
Elio Germano, Volevo Nascondermi
Melhor Atriz
Paula Beer, Undine
Melhor Argumento
Favolacce, de Damiano D’Innocenzo e Fabio D’Innocenzo
Primeira Obra
Los Conductos, de Camilo Restrepo
Berlinale Glashütte Original – Documentário
Irradiés, de Rithy Panh
Competição Oficial – Curtas-Metragens
Urso de Ouro
T, de Keisha Rae Witherspoon
Prémio do Júri
Filipiñana, de Rafael Manuel
Prémio Audi
Genius Loci, de Adrien Mérigeau
Prémio do 70.º Aniversário
Effacer l’Historique, de Benoît Delépine e Gustave Kervern
Prémio Contribuição Artística
Jürgen Jürges, Dau. Natasha
Prémio Carreira
Helen Mirren