25 de Abril

Box Office português 2021: 5,4 milhões de espectadores foram ao cinema

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Sala de Cinema Charlot (no Shopping Brasília, no Porto)

Os cinemas portugueses registaram em 2021 uma retoma às salas de cinema com uma subida no número de espectadores (43,8%) e no número das receitas (48,7%), um crescimento em relação a 2020, que foi o pior dos últimos 17 anos.

Segundo os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) sobre o mercado cinematográfico em Portugal de 2021, as salas portuguesas de cinema receberam 5.468.858 milhões de espectadores (perfazendo uma média de 0,5 espectadores por habitante) e registaram uma receita bruta de bilheteira de 30,6 milhões de euros.

Segundo o relatório do ICA estes são “dados provisórios sobre o mercado cinematográfico em Portugal relativos ao ano de 2021. Estas informações têm de ser lidas à luz de um ano marcado por profundos constrangimentos neste setor de atividade, decorrentes das medidas excecionais resultantes da situação pandémica que afetou profundamente normal funcionamento dos recintos de cinema.”

Ao longo do ano de 2021 foi possível acompanhar o gradual crescimento do número de espectadores nas salas de cinema portuguesas, que, apesar do crescimento em relação aos 3,8 milhões de espectadores em 2020 (início da pandemia), demonstra que os números de 2021 ainda estão muito aquém dos anos pré-pandemia (a dez milhões de espectadores de distância dos registos de 2019).

O mês de outubro foi o melhor mês de sempre em 2021 e o melhor mês desde o início da pandemia (março de 2020). Só em outubro de 2021 foram ao cinema mais de 981 mil espectadores, seguindo-se dezembro como o segundo melhor mês dos últimos dois anos (com mais de 933 mil espectadores).

Em 2021 foram estreadas 233 longas-metragens, 103 das quais com origem nos EUA e 91 de origem europeia. Os filmes norte-americanos foram vistos por 62,7% do total de espectadores e os europeus por 12,5%.

Segundo o ICA, no ano de 2020 foram produzidas 52 obras nacionais com o apoio financeiro do ICA, das quais 32 longas-metragens (15 de ficção e 17 documentários) e 20 curtas-metragens (12 de ficção, 6 de animação e 2 documentários), verificando-se, em relação ao ano anterior, um aumento de 2 obras produzidas, ou seja, um crescimento de 4%.

O filme “007: Sem Tempo Para Morrer”, realizado por Cary Joji Fukunaga, foi o mais visto em 2021, registando mais de 435 mil espectadores e uma receita de bilheteira de € 2,6 milhões. Seguem-se “Homem-Aranha: Sem Volta a Casa” (419,816 espectadores), “Velocidade Furiosa 9″ (376,812 espectadores), “Dune” (204,871 espectadores), “Venom: Tempo de Carnificina” (195,836 espectadores).

No ranking dos filmes nacionais mais vistos, encontra-se em primeiro lugar “Bem Bom”, de Patrícia Sequeira, com 88,803 espectadores, em segundo Irregular”, de Diogo Morgado, com 14,989 espectadores, e em terceiro lugar “A Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos, com 13,165 espectadores. Prazer Camaradas!”, de José Filipe Costa, (3266 espectadores) e “Diários de Otsoga”, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, (1507 espectadores), ocupam o sexto e décimo lugares respectivamente.

Estes números demonstram portanto que em 2021 houve uma recuperação significativa no regresso às salas de cinema nacionais. O facto de em 2021 ter sido disponibilizada a vacina e o facto de muitas das estreias terem sido adiadas de 2020 para 2021, ajudam em parte a perceber este aumento de espectadores nas salas de cinema. No entanto, 2022 será um ano de colocar à prova o velho paradigma (sala de cinema) contra o novo paradigma (plataformas de streaming). Este ano prevê-se que muitos filmes estreiem diretamente em streaming e a pandemia continua afastar muitas pessoas das salas.

Número de espectadores em salas de cinema portuguesas / Receita bruta (2011-2019):
2011 – 15,7 milhões / 79,9 milhões de euros
2012 – 13,8 milhões / 73,9 milhões de euros
2013 – 12,5 milhões / 65,5 milhões de euros
2014 – 12,1 milhões / 62,7 milhões de euros
2015 – 14,5 milhões / 74,9 milhões de euros
2016 – 14,9 milhões / 76,7 milhões de euros
2017 – 15,6 milhões / 81,6 milhões de euros
2018 – 14,7 milhões / 78,6 milhões de euros
2019 – 15,5 milhões / 83,1 milhões de euros
2020 – 3,80 milhões / 20,5 milhões de euros
2021 – 5,46 milhões / 30,5 milhões de euros

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