Em comemoração ao centenário do cinema cearense, o Canal Brasil exibirá uma maratona especial no dia 15 de outubro, a partir da meia-noite, com 14 filmes realizados por cineastas nascidos no estado.
A data assinala a exibição do primeiro filme produzido no Ceará, realizado por Adhemar Bezerra de Albuquerque: o curta-metragem “Temporada Maranhense de Foot-Ball no Ceará”.
A programação inclui também uma série de entrevistas inéditas no Cinejornal, apresentado por Simone Zuccolotto, sobre as celebrações deste marco.
Os 100 anos do cinema cearense são saudados com uma homenagem à produtora LC Barreto, fundada pelo cearense Luiz Carlos Barreto, e ao lançamento da 34.ª edição do Cine Ceará – Festival Iberoamericano de Cinema, o evento cinematográfico mais importante da região, que terá lugar de 9 a 15 de novembro.
Zuccolotto entrevistou figuras notáveis, como José Alves Neto, director do Cine Teatro São Luiz, o mais antigo de Fortaleza; Silas De Paula, director do Museu da Imagem e do Som do Ceará; o cineasta Rosemberg Cariry; a produtora local Ticiana Augusto; e Luiz Carlos Barreto, que comentou: “A minha energia vem da existência do povo cearense!”.
Selecção
A maratona especial apresentará os longas-metragens: “Mais Pesado é o Céu”, de Petrus Cariry; “Greta”, de Armando Praça; “O Clube dos Canibais”, de Guto Parente; “O Céu de Suely”, de Karim Aïnouz; “Um Jóquei Cearense na Coreia”, de Guto Parente e Mi-Kying Oh; “A Jangada de Welles”, de Firmino Holanda e Petrus Cariry; “O Shaolin do Sertão”, de Halder Gomes; “Fortaleza Hotel”, de Armando Praça; “Cine Holliúdy”, de Halder Gomes; “Corisco & Dadá”, de Rosemberg Cariry; “Rânia”, de Roberta Marques; e “A Filha do Palhaço”, de Pedro Diógenes.
A programação inclui ainda dois curtas-metragens: “A Beleza de Rose”, de Natal Portela; e “Fôlego Vivo”, da Associação dos Indígenas Kariri de Poço Dantas-Umari e Lígia Marina.
Mais Pesado é o Céu
O filme de abertura, “Mais Pesado é o Céu”, de Petrus Cariry, narra a história de Teresa (Ana Luiza Rios), que decide acolher um bebé abandonado. Ao conhecer António (Matheus Nachtergaele), seguem viagem juntos em busca de sobrevivência.
O filme destacou-se no Festival de Cinema de Gramado 2023, vencendo as categorias de Melhor Realização e Fotografia (ambas para Cariry), Montagem (Firmino Holanda e Petrus Cariry) e o Prémio Especial do Júri para Ana Luiza Rios.
A Filha do Palhaço
“A Filha do Palhaço”, realizado por Pedro Diógenes, segue Joana (Lis Sutter), uma adolescente que passa uma semana com o pai, Renato (Démick Lopes), um humorista que faz espectáculos em clubes nocturnos.
O filme venceu na categoria de Melhor Longa-Metragem pelo júri popular na 26.ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais, e foi eleito Melhor Filme tanto pelo júri popular como pelo da crítica na Mostra de Cinema de Gostoso, no Rio Grande do Norte.
Documentários
Os documentários “Um Jóquei Cearense na Coreia”, de Guto Parente e Mi-Kying Oh, e “A Jangada de Welles”, de Firmino Holanda e Petrus Cariry, também fazem parte da maratona.
O primeiro acompanha a rotina do jóquei cearense Antonio Davielson na Coreia do Sul, enquanto o segundo explora a visita de Orson Welles ao Ceará, em 1942, e as suas repercussões.
Comédias
A comédia “O Shaolin do Sertão”, de Halder Gomes, passa-se em Quixadá e segue Aluísio Li (Edmilson Filho), que sonha ser um grande lutador.
“Fortaleza Hotel”, de Armando Praça, retrata a relação entre Pilar (Clebia Sousa), uma jovem camareira, e Shin (Yeong-ran Lee), uma hóspede sul-coreana.
Em “Cine Holliúdy”, de Halder Gomes, Francisgleydisson (Edmilson Filho) tenta manter vivo o pequeno cinema da região apesar da popularidade crescente da televisão.
“Corisco & Dadá”, de Rosemberg Cariry, conta a história do cangaceiro Corisco (Chico Diaz) e da sua companheira Dadá, enquanto “Rânia”, de Roberta Marques, segue o sonho de uma jovem dançarina de brilhar no carnaval.
Outros filmes
“Greta”, de Armando Praça, apresenta Pedro (Marco Nanini), um enfermeiro de 70 anos que cuida da sua amiga transexual Daniela (Denise Weinberg).
“O Clube dos Canibais”, de Guto Parente, segue Otávio (Tavinho Teixeira) e Gilda (Ana Luiza Rios), um casal da elite brasileira com o hábito peculiar de comer os seus empregados.
Em “O Céu de Suely”, de Karim Aïnouz, Hermila Guedes interpreta uma jovem que volta à sua terra natal, Iguatu, com o filho, à espera do pai da criança, que nunca chega.
Questões urgentes
A maratona também exibe dois curtas-metragens: “A Beleza de Rose”, de Natal Portela, que mostra a dificuldade de Rose para conseguir uma vaga de emprego e questiona sobre o racismo estrutural durante o processo; e “Fôlego Vivo”, da Associação dos Indígenas Kariri de Poço Dantas-Umari e Lígia Marina. A produção reflete sobre o controle de água na comunidade indígena do povo Kariri.
Programação
– “Mais Pesado é o Céu” (2023), de Petrus Cariry – às 0h30 e às 18h15
– “Greta” (2019), de Armando Praça – às 2h10
– “O Clube dos Canibais” (2018), de Guto Parente – às 3h50
– “O Céu de Suely” (2006), de Karim Aïnouz – às 5h10
– “Um Jóquei Cearense na Coréia” (2022), de Guto Parente e Mi-Kying Oh – às 6h35
– “A Jangada de Welles” (2019), de Firmino Holanda e Petrus Cariry – às 7h55
– “O Shaolin do Sertão” (2016), de Halder Gomes – às 9h15
– “Fortaleza Hotel” (2021), de Armando Praça – às 11h
– “A Beleza de Rose” (2020), de Natal Portela – às 12h20
– “Fôlego Vivo” (2021), de Associação dos Indígenas Kariri de Poço Dantas-Umari e Lígia Marina – às 12h45
– “Cine Holliúdy” (2012), de Halder Gomes – às 13h15
– “Corisco & Dadá” (1996), de Rosemberg Cariry – às 14h50
– “Rânia” (2011), de Roberta Marques – às 16h45
– “A Filha do Palhaço” (2022), de Pedro Diógenes – às 20h