Ao quinto dia do Festival de Cannes assistiu-e à grande e muito aguardada estreia de “Inside Llewyn Davis”, de Ethan Coen e Joel Coen. “Em 1991, os irmãos receberam a Palme d’or e o Prémio da encenação por Barton Fink, exemplo de um cinema dominado e tingido de humor de ranger os dentes”. Voltaram em 2007 fora de competição e seis anos depois, os irmãos Coen regressaram a Cannes e foram recebidos com uma grande ovação na passadeira vermelha, pelo seu recente filme sobre a vida de um jovem cantor folk (Llewyn Davis, interpretado por Oscar Isaak) no universo musical de Greenwich Village em 1961. Entre os actores secundários, surge Justin Timberlake, John Goodman e Carey Mulligan. Os irmãos Coen com o seu caracteristico sentido de humor, estilo e temáticas, partiram para o certame francês como os favoritos à palma de ouro e parece estarem no caminho certo. Para o The Hollywood Reporter, “Inside Llewyn Davis é brilhante e singular. De alma plena decorada com sarcasmo”. Para o The Guardian, “O melhor do festival até agora foi ver os irmãos Coen meditarem sobre a mediocridade e modernidade na cena folk de Nova York dos anos 1960” e para o britânico Telegraph, “mantém um equilíbrio perfeito entre entretenimento, profundidade e filosofia. É enigmático e irresistível.”. “Inside Llewyn Davis” é assim um dos filme favoritos à Palma de Ouro deste ano.
“Borgman”, um thriller de horror tingido de humor-negro, é o primeiro filme do holandês Alex van Warmerdam apresentado em Cannes na seção oficial. O filme foi muito bem recebido pela crítica e é já comparado a “Funny Games”, de Michael Haneke. Segundo o realizador em conferencia de imprensa: “Tento sempre não dar um sentido específico aos meus filmes. Desejo que os espectadores formem a sua própria opinião. Borgman pode ser visto como uma crítica à nossa sociedade ocidental, mas não era a minha intenção inicial. Desejei mostrar o mal através do comportamento anormal de pessoas normais, daquelas que podemos encontrar na rua. Há pessoas que ficam mais brandas com a idade. Eu fico mau. Não sei se o meu filme não se tornou muito mau!”. A Variety diz que ele tem uma “força assustadora e excêntrica”, embora “não tão bem-sucedida”, como ele promete ser.