A 66ª edição do Festival de Cannes terminou este domingo com a atribuição dos prémios mais importantes do cinema. “La vie d’Adéle”, a quinta longa-metragem do cineasta franco-tunisino Abdellatif Kechiche, que era apontado pelos jornalistas e pela crítica como o favorito à Palma de Ouro, venceu o prémio mais importante do certame. Este foi desde a sua estreia no festival, a grande surpresa da selecção,”um filme extraordinário que conta de forma bastante delicada a história de amor entre duas jovens”. O The Hollywood Reporter classificou-o de “memorável o trabalho das atrizes Léa Seydoux e Adele Exarchopoulos” e o The Guardian, considerou o filme “apaixonante, com um excelente argumento que o próprio Abdellatif Kechiche adapta da novela de Julie Maroh”. O presidente do Júri, Steven Spielberg, fez questão de explicar que “o Juri optou pela excelência de três artistas: Adèle Exarchopoulos, Léa Seydoux e Abdellatif Kechiche”. Depois de ter recebido a recompensa entregue pela atriz americana Uma Thurman, o realizador declarou, rodeado pelas suas duas atrizes: “gostaria ainda assim de recordar um homem que me apoiou para que encontre o meu caminho, que amo e de quem sinto saudades: Claude Berri. Gostaria de dedicar este prémio e este filme a esta bela juventude de França que conheci durante a realização deste filme e que me ensinou sobre a esperança de liberdade e do viver-se juntos. Também a outra juventude, de há não muito tempo, que viveu a revolução tunisina, para a inspirar como viver livremente, expressar-se livremente, amar livremente”. Os irmãos Coen, que também conquistaram a crítica com o seu recente filme sobre a vida de um jovem cantor folk (Llewyn Davis), receberam o Grande Prémio do Júri, pelo filme “Inside Llewyn Davis”. Berenice Bejo recebeu o prémio de Melhor Atriz, por “Le Passé” e Bruce Dern o de Melhor Ator, por “Nebraska”. O júri, presidido por Steven Spielberg atribui ainda o Prémio do Júri a “Like Father Like Son” de Hirokazu Koreeda.
Palma de Ouro
La vie d’Adéle, de Abdellatif Kechiche
Grande Prémio do Júri
Inside Llewyn Davis, de Ethan Coen, Joel Coen
Melhor Realizador
Amat Escalante, por Heli
Melhor Atriz
Berenice Bejo, por Le Passé
Melhor Ator
Bruce Dern, por Nebraska
Melhor Argumento
Jia Zhangke, por A Touch of Sin
Prémio do Júri
Like Father Like Son, de Hirokazu Koreeda
Camera d’Or (Melhor Primeiro Filme)
Ilo Ilo, de Anthony Chen
Palma de Ouro (Curta-Metragem)
Safe, de Moon Byoung-Gon (xx)
Menção Especial
37°4 S, de Adriano Valerio
Whale Valley, de Gudmundur Arnar Gudmundsson
Secção Un Certain Regard
Prémio Un Certain Regard
L’image manquante, de Rithy Panh
Melhor Realizador
Alain Guiraudie, por L’Inconnu du lac
Prémio do Júri
Omar, de Hany Abu-Assad
Melhor Interpretação
Elenco de La Jaula de Oro, de Diego Quemada-Diez
Prémio do Futuro
Fruitvale Station, de Ryan Coogler
Cinéfondation
Primeiro Prémio
Needle, de Anahita Ghazvinizadeh (EUA)
Segundo Prémio
En Attendant Le Dégel, de Sarah Hirtt (Bélgica)
Terceiro Prémio
In the Fishbowl, de Tudor Cristian Jurgiu (Roménia)
Pandas, de Matúš Vizár (República Checa)
Quinzena dos Realizadores
Prémio Art Cinema
Les Garçons et Guillaume, à table!, de Guillaume Galliene (França)
Prémio Label Europa Cinemas
The Selfish Giant, de Clio Barnard (Reino Unido)
Prémio SACD
Les Garçons et Guillaume, à table!, de Guillaume Galliene (França)
Menção Especial
Tip Top, de Serge Bozon (França)
Prémio Illy de Curta-Metragem
Gambozinos, de João Nicolau (Portugal)
Menção Especial
Pouco mais de um mês, de André Novais Oliveira (Brasil)