“Descerrando os Punhos”: drama familiar premiado em Cannes nos cinemas nacionais

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Descerrando os Punhos (2021) © Legendmain filmes

Premiado no Festival de Cannes, em 2021, com o prémio Un Certain Regard, “Descerrando os Punhos” (Разжимая кулаки; Unclenching the Fists, 2021) chegou aos cinemas nacionais a 3 de fevereiro.

Realizado pela cineasta russa Kira Kovalenko, “Descerrando os Punhos” conta no elenco com Milana Aguzarova como Ada, Alik Karayev como Pai, Soslan Khugayev como Akim.

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O filme passou, em Portugal, pela seleccção oficial em competição do LEFFEST, em 2021, e foi a indicação russa para os nomeados ao Óscar de Melhor Filme Internacional.

Conta a realizadora, de acordo com entrevista disponibilizada pela distribuidora Legendmain Filmes: A inspiração inicial para a história veio de uma frase do O mundo não perdoa de Faulkner sobre como enquanto algumas pessoas podem suportar a escravatura, ninguém pode suportar a liberdade. A ideia da liberdade como um fardo foi o tema mais importante para mim enquanto trabalhava no filme. Inevitavelmente, a mesma ideia levou-me a refletir sobre o fardo da memória, e sobre a ligação entre os dois. Será possível suportar a liberdade da memória? Já há muito tempo que vivia com estes pensamentos.

Mais tarde, lembrei-me de uma pequena cidade em que passei uma vez e a que decidi voltar. É apenas uma pequena cidade numa ravina, um grupo de edifícios de apartamentos atrás de uma muralha alta. Passei por esta cidade e pensei numa história que pudesse nascer aqui. Este lugar parecia uma caixa na qual um humano pode ser escondido, protegido, ocultado. O resultado foi um conto de pessoas que viveram este evento, e que, muitos anos mais tarde, estão a tentar aceitar o trauma que ele causou. O mundo à sua volta ainda está marcado por isso, e eles próprios estão dilacerados, de uma forma que dita todas as relações desta família, de uns com os outros. A tentativa de esquecer e preservar implica um ato de violência contra a vontade humana, o que, paradoxalmente, é também um ato de amor.

Numa antiga cidade mineira na Ossétia do Norte, uma jovem mulher luta para escapar ao domínio sufocante da família que tanto ama quanto rejeita.

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