Vai estrear em 2023, nas salas de cinema portuguesas, um dos filmes mais aguardados do ano, “Ennio, o Maestro”, o novo filme do cineasta italiano Giuseppe Tornatore, sobre o lendário compositor e maestro italiano Ennio Morricone.
Este é um retrato profundo de Ennio Morricone, o compositor de filmes mais popular e prolífico do século XX, o mais amado pelo público internacional, duas vezes vencedor do Óscar e autor de mais de quinhentas partituras inesquecíveis.
O documentário que homenageia Ennio Morricone, exibido na secção Fora de Competição da 78.ª edição do Festival Internacional de Veneza, apresenta-nos o compositor e maestro através de uma longa entrevista conduzida por Tornatore e depoimentos de realizadores e músicos,e com comentários de artistas e directores como Bernardo Bertolucci, Giuliano Montaldo, Marco Bellocchio, Dario Argento, os irmãos Taviani, Carlo Verdone, Barry Levinson, Roland Joffé, Oliver Stone, Quentin Tarantino, Bruce Springsteen, Nicola Piovani, Hans Zimmer e Pat Metheny, entre outros.
A esta longa lista de admiradores e colaboradores, juntam-se fragmentos da vida privada de Morricone, gravações dos espectáculos, excertos dos filmes e imagens inéditas dos arquivos pessoais. Embora seja impossível circunscrever o génio superlativo e revolucionário de Ennio Morricone em duas horas e meia, este belo tributo ao “Il Maestro” consegue revelar parte do mistério por detrás da sua extraordinária criatividade.
Tornatore e Morricone trabalharam juntos em muitos filmes, sendo talvez o eterno clássico “Cinema Paraíso” (1988) o filme mais lembrado e amado pelo público e crítica.
“Trabalhei trinta anos com Ennio Morricone”, afirma Giuseppe Tornatore. “Fiz quase todos os meus filmes com ele, sem falar nos documentários, anúncios e projectos que tentamos montar sem sucesso. Durante esse tempo, a nossa amizade foi se consolidando cada vez mais. Assim, filme após filme, conforme a minha compreensão da sua personagem como homem e artista se aprofundava cada vez mais, sempre me questionei que tipo de documentário poderia fazer sobre ele. E hoje o meu sonho tornou-se realidade. Eu queria colocar Ennio a contar a história de Morricone para o público, em todo o mundo, que ama a sua música. A minha intenção não era apenas que ele me contasse a história da sua vida e falasse sobre a sua relação mágica com a música, mas também poder pesquisar arquivos de entrevistas e de repertório de todo o mundo, e outras filmagens relativas às incontáveis colaborações anteriores entre Morricone e os cineastas mais importantes de sua carreira. Estruturei Ennio como um romance audiovisual que contou com frames de filmes para os quais ele compôs a música, imagens de repertório e concertos, de modo a apresentar ao espectador a formidável carreira existencial e artística de um dos músicos mais queridos do século XX.”
Ennio Morricone, que faleceu a 6 de julho de 2020 aos 91 anos de idade, foi um dos músicos mais influentes e prolíficos do século XX. Compositor de mais de quinhentas bandas sonoras de filmes inesquecíveis, como “Era Uma Vez no Oeste” (1968), “Aguenta-te, Canalha!” (1971), “1900” (1976), “Era Uma Vez na América” (1984), “Cinema Paraíso” (1988), “A Lenda de 1900” (1998), “Baarìa – A Porta do Vento” (2009) e “Django Libertado” (2012).
Morricone escreveu algumas das bandas sonoras mais conhecidas dos western spaghetti do cineasta Sergio Leone, com quem trabalhou em todos os seus filmes. Ficaram para a história as composições da “Trilogia dos Dólares”, composta por “Por um Punhado de Dólares” (1964), “Por Mais Alguns Dólares” (1965) e “O Bom, o Mau e o Vilão” (1966).
Giuseppe Tornatore não estreava um filme desde 2016, “A Correspondência”, protagonizado por Jeremy Irons.
Com distribuição da RISI Film, “Ennio, o Maestro” está previsto estrear nas salas de cinema nacionais a 2 de fevereiro de 2023.