O Porto voltou a receber mais uma edição do Festival Internacional de Cinema do Porto, a edição número 45, marcada por uma programação diversificada e necessariamente política, que ofereceu a tela a várias antestreias. Num total de 23 prémios atribuídos, entre categorias técnicas, cinema internacional e nacional, o grande vencedor foi o cinema asiático, à semelhança do que tem sido comum noutras edições do Fantasporto.
Na competição de longas e curtas-metragens do Fantasporto, estiveram em competição cerca de 50 filmes, mas foi “Dollhouse”, do realizador japonês Shinobu Yaguchi, que se destacou ao arrecadar o Grande Prémio da Secção Oficial de Cinema Fantástico. O filme acompanha Yoshie (interpretada por Masami Nagasawa), que, após a perda da filha de cinco anos, encontra uma boneca idêntica à sua filha e recorre a ela para lidar com o luto. Esta produção da TOHO conquistou o júri e tem estreia prevista no continente asiático brevemente.
“Cielo”, filme gravado na Bolívia, realizado por Alberto Sciamma, com estreia europeia, foi um dos grandes vencedores da 45º edição do festival, garantindo o Prémio Especial do Júri na Secção Oficial de Cinema Fantástico e o Prémio do Público ex-aequo com o filme europeu “Mr. K”
O filme de co-produção Reino Unido – Bolívia, conta-nos a história de uma menina de 8 anos com poderes especiais que embarca numa jornada, atravessando o deserto boliviano, desejando levar a sua mãe ao paraíso, matando-a primeiro e depois ressuscitando-a.
Sam Quah foi o grande vencedor do prémio Melhor Realizador por “A Placed Called Silence” e os prémios de Melhor Atriz e Melhor Ator foram para Judy Ann Santos por “Scarecrow” e Brendan Bradley por “Succubus“, respetivamente.
Na secção Semana dos Realizadores do Fantasporto, o Grande Prémio foi atribuído a “Zero”, um thriller norte-americano realizado por Jean Luc Herbulot, sublinhando o carácter político que festival decidiu, também, apresentar.
Lançado em 2024, o filme acompanha dois norte-americanos que acordam subitamente em Dakar, no Senegal, com bombas presas aos seus corpos e apenas dez horas para descobrir o motivo do seu sequestro.
Com um elenco de destaque, que inclui Willem Dafoe, Annabelle Lengronne, Moran Rosenblatt e Cameron McHarg.
A secção Oriente Express atribuiu os seus dois prémios a duas obras japonesas. O Grande Prémio ao filme “River Returns“, realizado por Masakasu Kaneko e o Prémio Especial do Júri foi para “Sana: Let Me Hear“, realizado por Takashi Shimizu.
O filme português de Luís Diogo, “Criador de Ídolos”, obra que iria inicialmente abrir o festival, foi o grande vencedor do Prémio de Cinema Português, com menção honrosa atribuída ao filme “Gosto de te ver dormir”, de Hugo Pinta, pelo Júri Internacional.