Jean-Marie Straub: Cinema esperiemental perde um rebelde marxista

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O realizador francês Jean-Marie Straub morreu na noite de 19 para 20 de novembro em Rolle, na Suíça, aos 89 anos, informou a Agência de Imprensa Alemã em Genebra no domingo. A informação foi confirmada pelo jornal francês Le Monde.

Para Mathieu Macheret, do Le Monde, o cineasta marxista, rebelde, intransigente, protestante, rebelde, tempestuoso e inflamado, junto com sua companheira, Danièle Huillet, falecida em 9 de outubro de 2006, escreveram uma das páginas mais importantes da modernidade cinematográfica à margem do sistema, durante uma aventura humana e artística sem igual.

Nesse sentido, Macheret pontua que apesar de seus filmes, tidos como de difícil acesso, mas celebrados em todo o mundo, entregam uma intensa poesia, a de um mundo restaurado como um todo, em suas profundas linhas de fragmentação (luta de classes, conflitos políticos, fraturas históricas).

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Straub com sua esposa e eterna parceira de trabalho, Danièle Huillet

Corroborando com Macheret, Urs Flueeler sublinha que suas obras políticas predominantemente de esquerda são caracterizadas por uma abordagem inconfundível: a renúncia ao potencial ilusionista e emocional do cinema, com tons de críticas ao capitalismo e ao sistema político. Com seu estilo único o realizador conseguiu implementar os modelos literários de Franz Kafka (1883-1924), Heinrich Böll (1917-1985), André Malraux (1901-1976) e Friedrich Hölderlin (1770-1843).

O francês também traz em seu currículo a função de assistente de direção. Função desempenhada ao lado de figuras míticas como Jean Renoir (1894-1979), Abel Gance (1889-1981), Jacques Rivette (1928-2016) e Robert Bresson (1901-1999).

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Staub e Huillet

Ao todo, sua filmografia conta com perto de 20 filmes, na maior parte em coautoria com com sua esposa Danièle Huillet. Em 2017, pelo conjunto da obra, Straub foi laureado com o Leopardo de Honra no Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça.

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