Em julho, a Zero em Comportamento apresenta, nas bibliotecas municipais de Marvila e Alcântara, bem como no Cinema City Alvalade, como “Filme do Mês”, o novo filme de Guy Davidi, “Inocência – Um País Onde Ser Soldado Não É Uma Escolha”.
Mente brilhante por trás de “5 Broken Cameras”, nomeado ao Óscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem em 2013, Davidi volta a explorar a resiliência em sua nova produção. Desta vez, ele oferece uma análise crítica sobre o impacto da militarização na vida dos jovens israelitas que são forçados a servir contra a sua própria vontade.
Para discutir essas e outras questões além da exibição do filme, Ricardo Alexandre, jornalista e atual diretor adjunto da TSF, onde apresenta os programas O Estado do Sítio e Mapa Mundo, estará na Biblioteca de Marvila, em Lisboa, no próximo dia 26 de julho, para uma conversa.
Com uma longa carreira cobrindo eventos políticos, assim como conflitos e guerras em Timor Leste, Afeganistão, Paquistão, Ucrânia e Palestina, o jornalista compartilhará sua perspectiva sobre o documentário, que, através de uma abordagem realista sobre o impacto da militarização, revela também os custos sociais e pessoais do aumento da militarização global.
A guerra vista pelos olhos de Davidi
Fazer uma guerra é trabalho para um contador de histórias. Para legitimar o uso da força militar, é crucial ter uma boa história. É por isso que os militares precisam de uma promoção forte, e Israel é um país modelo na promoção das suas empreitadas militares. Colonizam, ocupam e crescem com sucesso, ficando cada vez mais fortes e sendo cada vez mais acolhidos pelas outras nações.
Para o realizador israelita, Guy Davidi, a história dos judeus perseguidos, assim como o seu ideal de uma democracia iluminada, são utilizadas num kit de relações públicas que é elaborado meticulosamente. Mas antes de se lançar uma história para o mundo, é preciso lançá-la para as suas crianças.
À medida que a corrupção moral ligada ao apartheid prospera, evitar o serviço militar torna-se numa ameaça. A algumas crianças são oferecidos benefícios, mas à maioria serão vendidas promessas fictícias. Cada criança é selecionada para servir com uma pressão suportável e uma quantidade ajustada de exposição à violência.
Através de uma narração baseada nos seus assombrosos diários, o realizador retrata o tormento interior destas crianças, intercalando por imagens militares em primeira mão com momentos-chave a infância, registos de alistamentos e vídeos caseiros dos soldados falecidos cujas histórias são, até hoje, silenciadas e vistas como uma ameaça nacional.
Este é um filme que conta a história das crianças que resistiram, mas cujas histórias ficaram por contar.
O que é o projeto “Filme do Mês”?
O Filme do Mês é um projeto que aposta na criação de uma oferta cultural rica e inclusiva, apresentando mensalmente, em salas descentralizadas do circuito comercial do país, uma seleção de filmes sobre figuras icónicas que marcaram uma nova forma de ver o mundo, assim como obras que abrem espaço para a reflexão sobre questões sociais através da arte.
LOCAIS, DATAS, HORÁRIOS E PREÇOS
LISBOA
Cinema City Alvalade • 23 julho • 21:45 • Preçário em vigor no cinema
Biblioteca de Marvila • 26 julho • 21:00 • 4€ • Seguida de conversa com o jornalista Ricardo Alexandre, da TSF
MATOSINHOS
Fnac NorteShopping • 24 julho • 18:00 • Entrada livre
FARO
Fnac Forum Algarve • 19 julho • 18:00 • Entrada livre
ALMADA
Fnac Forum Almada • 25 julho • 18:30 • Entrada livre
AVEIRO
Fnac Forum Aveiro • 25 julho • 19:00 • Entrada livre
GAIA
Fnac GaiaShopping • 29 julho • 17:00 • Entrada livre
PORTO
Fnac St.ª Catarina • 25 julho • 13h00 • Entrada livre