Entre 26 e 29 de setembro, o Cinema Ideal acolherá a Mostra MAKING WAVES – Navigators of Hong Kong Cinema, que exibirá sete filmes contemporâneos.
“The Goldfinger”, que reúne no ecrã os atores Tony Leung e Andy Lau; “Twilight of the Warriors: Walled In”, novo êxito de artes marciais que estreou e foi aplaudido em Cannes; e “Keep Rolling”, documentário sobre a importante realizadora Ann Hui, são alguns dos destaques.
Os filmes da mostra são totalmente inéditos nas salas de cinema portuguesas, constituindo um programa imperdível para os cinéfilos. Atrizes, atores e realizadores de Hong Kong estarão em Lisboa durante o evento.
MAKING WAVES – Navigators of Hong Kong Cinema
A Mostra MAKING WAVES – Navigators of Hong Kong Cinema, que celebra o cinema da região de Hong Kong e terá a sua primeira edição em Portugal, é uma iniciativa da Sociedade do Festival Internacional de Cinema de Hong Kong em colaboração com a Associação Blue Lotus Lisboa.
O evento exibirá sete filmes contemporâneos, incluindo seis produções recentes e a versão restaurada do clássico dos anos 1980, “Rouge”, de Stanley Kwan.
“O Making Waves é um programa que existe desde 2022 e tem viajado por várias cidades do mundo. Em Hong Kong havia uma grande vontade de vir a Lisboa, e nós quisemos concretizar isso e receber o programa”, explica Vanessa Pimentel, que dirige a mostra.
Pimentel acrescenta ainda: “O cinema de Hong Kong (e dos países do leste asiático) é pouco conhecido por aqui. Há nomes de destaque, como Johnnie To ou Wong Kar Wai, que são bastante populares, mas há muito mais cinema além desses nomes que não chega cá”.
Filmes que compõem a mostra
O conjunto de filmes de MAKING WAVES – Navigators of Hong Kong aborda vários temas centrais naquela região, desde logo a transferência de soberania do território em 1997, deixando de estar sob administração britânica e integrando-se na República Popular da China; e todas as transformações que isso acarretou, a começar pela chegada à cidade de cada vez mais migrantes vindos das províncias chinesas a norte.
“Fly Me To The Moon”, de Sasha Chuk, conta precisamente uma dessas histórias: duas irmãs que, vindas de Hunan para Hong Kong ainda crianças, passam pelos desafios de integração que a família enfrenta ao mesmo tempo que exploram os lugares da adolescência. Angela Yuen, protagonista do filme, também estará em Portugal durante a mostra.
O compromisso com a realidade atual e os problemas de Hong Kong está bem patente em algumas das obras que serão reveladas ao público português. “In Broad Daylight”, de Lawrence Kan, atira-se a dois temas especialmente sensíveis: o modo como os idosos são tratados em instituições de terceira idade e o papel que o jornalismo deve ter na denúncia destas e de outras situações de injustiça, trazendo novamente à tona o inevitável submundo das grandes cidades. Rachel Leung, que venceu o prémio de Melhor Actriz Secundária por “In Broad Daylight” nos últimos Asian Film Awards, virá à capital portuguesa apresentar o filme.
A cinematografia de Hong Kong não perdeu, como já vimos, o seu ADN de artes marciais e de espectáculo. “The Goldfinger”, de Felix Chong, junta os atores Tony Leung e Andy Lau, que os filmes de Wong Kar Wai e de outros cineastas tornaram inesquecíveis, num filme de ação à boa maneira asiática. Milionários, criminosos, empresas suspeitas e dinheiro a rodos convivem numa trama em que os atores convocam o espectador a refletir sobre a nobre arte de envelhecer bem.
Man Lim Chung, artista e designer há muitos anos ligado à indústria cinematográfica de Hong Kong, apresenta em Lisboa o seu filme de estreia na realização: “Keep Rolling”, filme sobre Ann Hui, uma das mais importantes cineastas de Hong Kong. “Keep Rolling” tem recebido vários prémios e oferece uma janela rara para a vida e o percurso fílmico da autora de títulos como “Boat People” e “The Golden Era”.
Finalmente, o público português terá oportunidade de ver a cópia restaurada de “Rouge”, filme de culto da cinematografia de Hong Kong realizado por Stanley Kwan em 1987. Leslei Cheung e Anita Mui, dois gigantes do cinema de Hong Kong, contracenam numa história de fantasmas que põe em evidência as diferentes classes sociais, o papel da mulher e, claro, a incomparável atracção estética do cinema de Kwan, que influenciou muitos dos realizadores de Hong Kong hoje consagrados.
Confira a programação completa no site do Cinema Ideal.