25 de Abril

Planos do Governo para a RTP ameaçam a sustentabilidade do setor audiovisual português

A AIP – Associação de Imagem Portuguesa assume preocupação com o “Plano de Ação para a Comunicação Social” e da consequente eliminação das receitas publicitárias da RTP.
Mulheres nos audiovisuais ©guruXOX - stock.adobe.com Mulheres nos audiovisuais ©guruXOX - stock.adobe.com
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A Associação de Imagem Portuguesa (AIP) associou-se às diversas vozes que demonstram a sua preocupação com o “Plano de Ação para a Comunicação Social”, anunciado no início do mês pelo Governo, alertando que este “cenário poderia ter implicações profundas para a cultura e identidade portuguesa, assim como para a sustentabilidade do próprio setor.”

O Plano do Governo para a RTP prevê a eliminação gradual da publicidade comercial nos próximos três anos, prevendo-se a eliminação total da publicidade comercial em 2027. Esta medida terá um custo total de 18 milhões de euros.

Para a AIP a eliminação da publicidade na RTP pode “afetar gravemente a sua função como serviço público, reduzir a produção de conteúdos nacionais e ameaçar o sustento de muitos profissionais ligados ao audiovisual.”, sublinha a Associação em comunicado.

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A Associação de Imagem Portuguesa prevê um forte impacto na produção audiovisual nacional: na redução de investimento em produções nacionais, visto que a RTP “é um dos maiores investidores na produção audiovisual nacional, desde filmes e séries a documentários e animação”, o que resultaria “numa queda significativa de encomendas para produtoras independentes e numa redução da quantidade e qualidade das produções nacionais.”; e prevê menos oportunidades para novo talentos, tendo em conta que o serviço público de Rádio e Televisão tem tido um “papel importante no lançamento e desenvolvimento de novos realizadores, argumentistas e outros profissionais do audiovisual.”

A AIP alerta ainda para o impacto no serviço público da RTP: como a redução de recursos financeiros, visto que a RTP teria um corte financeiro com as receitas da publicidade e “sem essa verba, a capacidade da emissora para financiar a produção de conteúdos diversificados e de qualidade pode ser prejudicada.”; a diminuição na diversidade da programação, podendo ver-se “forçada a dar prioridade a programas mais populares e comerciais em detrimento de conteúdos de serviço público que não atraem grandes audiências, mas são cruciais para a formação cultural e cívica da população”; e o risco para o serviço público universal.

No comunicado, a AIP demonstra também preocupação para com os trabalhadores da RTP e do setor audiovisual, com possíveis cortes de pessoal e diminuição da capacidade de formação e desenvolvimento.

Desde a sua apresentação pública do “Plano de Ação para a Comunicação Social” que vários sindicatos de jornalistas e de trabalhadores da RTP têm contestado a sua execução por parte do Governo, e acusam-no de ser um projeto de “desmantelamento da RTP”.

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