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Porto Femme 2024: 7.ª edição destaca cinema protagonizado por mulheres negras e indígenas

Janaína Oliveira e Maria Luna-Rassa são convidadas especiais e Margarida Cardoso é a cineasta homenageada do Porto Femme, que acontece entre 16 e 21 de abril.
"O Tempo é um Pássaro" (2024), de Yasmin Tayná "O Tempo é um Pássaro" (2024), de Yasmin Tayná
"O Tempo é um Pássaro" (2024), de Yasmin Tayná

A menos de duas semanas da 7.ª edição do Porto Femme International Film Festival, começa a ganhar forma a programação do festival que vai trazer à cidade do Porto o “melhor cinema produzido por mulheres e pessoas não binárias”, durante seis dias. “São mais de 35 sessões, mais de 140 filmes selecionados de 38 países, além de um programa paralelo que inclui oficinas, exposição, performance e muito mais.”

O festival, organizado pela XX Element Project — Associação Cultural, contará com dois programas especiais integrados na presente edição: “Enfim, o Amor”, com a curadoria da brasileira Janaína Oliveira, investigadora e curadora de cinema e integrante do Comitê de Seleção do BlackStar Film Festival; e o programa “Uma Revolução Íntima – De Monstros e Mulheres no Cinema Indígena”, com a curadoria da colombiana Maria Luna-Rassa, coordenadora e programadora associada da Muestra Internacional Documental de Bogotá.

O programa proposta pela brasileira Janaína Oliveira conta com três curtas-metragens produzidas no Brasil protagonizadas por mulheres negras e a sua relação com o amor (pela vida ou pela luta): “O Tempo é um Pássaro” (2024), de Yasmin Tayná, “A Felicidade Delas” (2018), de Carol Rodrigues e “Deixa” (2018) de Mariana Jaspe. A curadora parte da premissa que “durante muito tempo na história do cinema, as mulheres negras e o amor não compartilhavam as telas. Eram quase como narrativas opostas para não dizer excludentes. Mas este cenário se altera a partir do momento que cada vez mais essas mesmas mulheres passam a ocupar posições atrás e à frente das câmeras”.

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O segundo programa apresenta quatro filmes realizadas ou cocriadas por mulheres ou pessoas transgéneros de comunidades indígenas: “Muu Palaa-la Abuela Mar” (2020), de Olowaili Green e Luzbeidy Monterrosa, “Flores de La Llanura” (2021) de Mariana Xochiquétzal Rivera (com o Coletivo de mulheres tecelãs Flores de la llanura), “La Carta” (2014), de Ángeles Cruz, e “Aribada” (2022), de Simone Jaikiriuma Paetau e Natalia Escobar. Maria Luna-Rassa faz um convite aos espetadores “a reconhecer novas perspectivas e olhares no ambiente enriquecedor do cinema indígena latino-americano contemporâneo”. “Ainda propõe no título a palavra “monstro” como uma provocação, partindo da ideia do desconhecido que se manifesta a partir dos sonhos.”

Em comunicado, o Porto Femme anuncia a inauguração da exposição “Margens” no dia 6 de abril, nas Galerias Mira, “que reúne mais de 50 fotografias selecionadas a partir de uma call dirigida exclusivamente a artistas que se identificam como mulheres e pessoas não-binárias. A mostra fica patente até o dia 20 de abril.”

“Understory” (2019), de Margarida Cardoso
“Understory” (2019), de Margarida Cardoso

Margarida Cardoso é a cineasta homenageada do Porto Femme

Outra novidade desta edição é a homenagem ao cinema da realizadora portuguesa Margarida Cardoso, conhecida por filmes como A Costa dos Murmúrios” (2004), “Yvone Kane” (2014) ou, mais recentemente, Sita – A vida e o tempo de Sita Valles” (2022). Para a organização do festival, Margarida “tem explorado em sua obra temas que cruzam as suas experiências históricas pessoais com questões proeminentes na história recente de Portugal, como a guerra colonial em África, a revolução do 25 de abril e os anos do pós-colonialismo.”

“Em 2005, foi condecorada pelo Estado Português com o grau de Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. Dez anos depois, a Universidade L´Orientale de Nápoles, funda a “Cátedra Margarida Cardoso”, centro de investigação inspirado em seus filmes.”

O festival exibirá, no dia 19 de abril, no Batalha Centro de Cinema, o seu ensaio em forma de documentário, “Understory” (2019), um filme que “permite viajar entre o presente e o passado a partir da rota do cacau”. “A realizadora investiga as possibilidades de uma exploração justa da planta e observa que, majoritariamente, as mulheres são as pessoas que fazem a diferença nesse processo. Ao final da sessão haverá uma conversa com a realizadora, moderada pela investigadora e ativista Kitty Furtado.”

O Porto Femme acontece de 16 a 21 de abril, em vários espaços da cidade: Batalha Centro de Cinema, Casa Comum – Cultura U.Porto, Casa das Artes, Maus Hábitos, Universidade Lusófona do Porto, Casa das Associações, MIRA Artes Performativas, Galerias MIRA.